Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou nesta terça-feira (14) que, em sua opinião, ele não leva “jeito” para ser o chefe do Executivo brasileiro, pois nasceu para ser militar, mas acabou entrando para a política “meio por acaso”.
A declaração de Bolsonaro foi dada enquanto ele discursava para empresários que foram à abertura do 5º Fórum de Investimentos Brasil, o BIF, que foi realizado em São Paulo, capital.
“Não podemos dissociar a economia da política. Eu não tinha nada para estar aqui. Nem levo jeito. Nasci para ser militar. Fiquei por 15 anos no Exército”, começou Bolsonaro. “Entrei na política meio por acaso. Passei 28 anos dentro da Câmara, nenhum problema”, completou o presidente em seu discurso para os empresários.
Em outro momento, o chefe do Executivo comentou sobre as eleições deste ano. Na oportunidade. Ele comparou a disputa como um “self-service” ao dizer que a população deve escolher entre os candidatos disponíveis.
Na ocasião, ele ainda voltou a colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral, pois afirmou, sem dar detalhes, muito menos apresentar alguma prova, que venceu as eleições de 2018 ainda no primeiro turno – o presidente foi para o segundo turno e derrotou o petista Fernando Haddad.
“Tem gente melhor que eu? Tem milhares. Mas eleição para presidente em especial é um self-service. É o que tem na mesa. Não adianta pedir camarão se não tem camarão. Quero um cordeiro, não tem cordeiro. É o que está na mesa. Estando na mesa, você tem que escolher o melhor ou o menos ruim. E assim foi feito em 2018. Eu ganhei no 1º turno, mas não vou entrar em detalhes aqui”, disse.
Ainda no evento, além de ter dito que as “eleições são questão de segurança nacional”, Bolsonaro voltou a sugerir que pode descumprir decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“Eu acredito, por favor, podem discordar, que Deus botou a mão sobre o Brasil. Nos deu a chance de abrir os olhos e falar o que queremos. De todo mundo se conscientizar que temos que jogar dentro das quatro linhas da Constituição”, começou o presidente.
“E quem estiver jogando fora – e tem, naquela Praça dos Três Poderes– tem que vir para dentro das quatro linhas. O normal era um chefe do Executivo conspirar para permanecer no poder e não o contrário”, completou Bolsonaro, que hoje aparece em segundo nas intenções de votos, atrás somente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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