Vereadores são indiciados por racismo após homofobia em plenário de Goiânia
Conforme as investigações, os vereadores usaram a tribuna da Câmara de Goiânia para disseminar preconceito
Quatro vereadores de Goiânia, em Goiás, acabaram indiciados pela Polícia Civil acusados do crime de racismo após discursos proferidos no plenário da Câmara e considerados homofóbicos. De acordo com uma matéria do portal “Metrópoles”, o inquérito foi enviado ao Judiciário em fevereiro, mas somente nesta quinta-feira (21) veio à tona. Ainda segundo a matéria, os vereadores acusados são os seguintes:
- Cabo Senna (Patriota);
- Sargento Novandir (Republicanos);
- Gabriela Rodart (DC);
- E Thialu Guiotti (Avante).
Conforme as investigações, os vereadores usaram a tribuna da Câmara de Goiânia para disseminar preconceito contra uma propaganda de uma rede de fast food veiculada no Dia do Orgulho LGBTQIA+.
Em uma das ocasiões, Thialu Guiotti disse que “ninguém nasce homossexual”. Além disso, ele também afirmou que ativistas LGTBQIA+ querem “instaurar uma ditadura da opinião e da expressão”. Além da declaração na Casa, o parlamentar foi às redes sociais afirmar que a homossexualidade “não é normal”. “Normal é homem com mulher. Mulher com homem”, disse.
Durante a entrevista ao site, Joaquim Adorno, delegado titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), afirmou que, com o inquérito, concluiu-se que os discursos foram preconceituosos e discriminatórios.
“O limite da liberdade de expressão é o respeito”, afirmou o delegado, completando que, hoje, muitas “pessoas confundem o que é respeito e pensam que podem sair dizendo qualquer coisa”.
“Além disso, nenhum cargo pode ser usado como anteparo para o crime de ódio”, afirmou o delegado fazendo alusão ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2020, equiparou os crimes de homofobia e transfobia ao racismo.
“Você não é obrigado a gostar de ninguém nem a aceitar, mas é obrigado a respeitar, e o respeito pressupõe nenhuma ofensa, nenhuma desqualificação, nenhuma desumanização, nenhum cerceamento de direitos, nenhuma incitação ao ódio”, afirmou.
Leia também: ‘Cabeça de ovo’: Vice da PGR ri ao ler frase de Daniel Silveira contra Alexandre de Moraes