O dólar comercial fechou o primeiro pregão do ano com forte alta de 1,57%, cotado a R$ 5,2687. Aliás, nos últimos doze meses, a moeda americana acumula apreciação muito expressiva de 29,90% em relação ao real brasileiro. Ou seja, 2020 chegou ao fim deixando um rastro negativo no câmbio, que acabou se repetindo hoje (4). E a principal razão para o avanço do dólar é a expansão da Covid-19 ao redor do mundo.
Em resumo, o ritmo acelerado de contágio do coronavírus, em especial nos Estados Unidos e no Reino Unido, provocou receio geral. Ambos os países registraram recorde de novos casos no último sábado (2), superando 291 mil e 57 mil, respectivamente. Aliás, por volta das 17h, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou o lockdown nacional na Inglaterra. De acordo com ele, o objetivo é conter o avanço da nova variante do coronavírus, que é 70% mais contagiosa, segundo análises iniciais. O terceiro lockdown da Inglaterra terá início amanhã (5).
Dessa forma, com um cenário pouco convidativo aos ativos de risco, o dólar assumiu sua posição de “porto seguro” e apresentou um avanço firme. A propósito, vale lembrar que a vacina contra a Covid-19 também continua avançando em dezenas de países, mas o ritmo ainda está lento, ao contrário da pandemia.
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Não esqueçamos, também, do risco fiscal brasileiro. Uma possível nova onda da Covid-19 no país ascende ainda mais o alerta, visto que há grande chance de uma prorrogação do auxílio emergencial para os mais vulneráveis. O resultado é um conta que parece não fechar. E os investidores continuam mantendo a cautela.
Por fim, a perspectiva de mais estímulos fiscais nos Estados Unidos indica uma tendência de queda da moeda americana nos próximos pregões. Com isso, o câmbio pode respirar um pouco mais aliviado.
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