Você já imaginou conquistar a tão desejada CNH sem autoescola e ainda poupar um bom dinheiro? A ideia deixou de ser apenas conversa de esquina e entrou oficialmente na pauta do governo federal. Desde outubro de 2025, o Ministério dos Transportes recebe sugestões na plataforma Participa + Brasil para definir as regras de um novo sistema que promete tornar o processo mais simples, rápido e até 80% mais barato.
Neste artigo, você confere os principais pontos do projeto, os impactos para os candidatos e o que muda para as atuais autoescolas. Se você pretende tirar a habilitação ou ajudar alguém nessa jornada, vale ficar por dentro de cada detalhe antes do encerramento da consulta pública em 2 de novembro de 2025.
Por que o governo quer mudar? Mais autonomia e menos custos
Segundo estimativas do Ministério dos Transportes, hoje o brasileiro gasta, em média, R$ 2.400 para obter a carteira de motorista. A proposta da CNH sem autoescola nasceu justamente para reduzir esse valor — em alguns estados, chegar a 80% de economia — e ampliar o acesso à mobilidade.
- Desonerar o bolso do candidato ao eliminar pacotes obrigatórios de aulas.
- Aproveitar recursos digitais, como videoaulas e simuladores online.
- Estimular a concorrência ao permitir instrutores independentes.
- Manter a qualidade ao preservar provas teórica e prática aplicadas exclusivamente pelo Detran.
“A liberdade de escolha é o ponto central da proposta”, declara nota oficial do Ministério. “Quem gostar do formato tradicional poderá continuar nas autoescolas.”
Requisitos e abertura totalmente digital do processo
Os pré-requisitos para dar entrada na nova habilitação permanecem os mesmos, garantindo segurança jurídica:
- Ter 18 anos completos até o dia da inscrição.
- Saber ler e escrever.
- Apresentar documento de identidade e CPF válidos.
A grande novidade está na forma de abertura do processo. Todo o registro será feito em poucos cliques, no site ou app do Detran estadual, integrado ao Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação). Quem preferir ainda poderá comparecer presencialmente, mas não será mais obrigado a percorrer diferentes balcões para protocolar documentos.
Depois da inscrição, o candidato agenda a coleta biométrica — foto, digitais e assinatura — e acompanha o andamento pelo celular, reduzindo deslocamentos e filas.
Etapa teórica: liberdade para estudar onde, quando e como quiser
Hoje, a lei exige 45 horas-aula presenciais em autoescola. Com a CNH sem autoescola, essa obrigação desaparece. O candidato seleciona o formato que melhor encaixa na sua rotina e no seu bolso:
- Cursos online gratuitos oferecidos pelo Ministério dos Transportes, com videoaulas, simulados e bancos de questões.
- Plataformas privadas credenciadas, que podem combinar aulas ao vivo, apostilas digitais e tutoria individual.
- Autoescolas tradicionais, que permanecerão disponíveis, tanto em turmas presenciais quanto em EAD, para quem prefere o modelo convencional.
- Escolas públicas de trânsito mantidas por Detrans ou prefeituras, ampliando o alcance em regiões carentes.
Concluído o estudo, o candidato agenda a prova teórica. O Detran local decidirá se o exame ocorrerá no posto físico ou em plataforma online segura. A aprovação exige acerto mínimo de 70% das questões.
Aulas práticas com instrutor independente: o fim da carga horária mínima
Na parte prática, a proposta derruba a obrigação das 20 horas de volante em veículo de dupla direção. O aluno poderá:
- Contratar um instrutor independente, profissional autônomo credenciado pelo Detran.
- Utilizar o carro do instrutor ou o seu próprio, desde que em dia com licenciamento e itens de segurança.
- Definir quantas horas deseja dirigir, pagando apenas pelo que realmente usar.
Os requisitos para o credenciamento dos instrutores ainda serão detalhados, mas já se sabe que incluirão:
- Cursos específicos de formação e reciclagem pedagógica.
- Veículo vistoriado periodicamente.
- Contratação de seguro para terceiros e para o aluno.
Essa flexibilização pretende baratear o processo e possibilitar que o aprendiz repita manobras até se sentir seguro, sem medo de “estourar” o pacote de aulas.
Provas do Detran e emissão da Permissão para Dirigir
Apesar da liberdade nas fases anteriores, o filtro de qualidade permanece rígido. As avaliações seguem controladas pelo Detran estadual:
- Prova Teórica: 30 questões de múltipla escolha; aprovação com 21 acertos (70%).
- Exame Prático de Direção: percurso urbano com avaliação de baliza, conversões e sinalização; no máximo 3 faltas leves ou 1 média; reprovação automática em falta grave.
Quem passar nas duas etapas recebe a Permissão para Dirigir (PPD) válida por 12 meses. Se não cometer infrações graves ou gravíssimas nesse período, o condutor obtém a CNH definitiva sem precisar de novo exame.
Quanto vai custar a CNH sem autoescola? Estimativa de economia real
Hoje, no modelo tradicional, o gasto médio distribui-se da seguinte forma:
- Aulas teóricas e materiais: R$ 450 a R$ 700
- Aulas práticas obrigatórias: R$ 900 a R$ 1.200
- Taxas do Detran (exames, biometria, emissão): R$ 350 a R$ 500
Com a CNH sem autoescola, apenas as taxas do Detran continuam fixas. Se o candidato optar por curso online gratuito e treinar 10 horas com instrutor independente a R$ 60/hora, pagará cerca de R$ 600 pela prática, reduzindo o investimento total para algo em torno de R$ 1.000. Dependendo do estado e da quantidade de aulas, a economia pode chegar aos 80% previstos pelo governo.
O prazo final para enviar sugestões ao projeto é 2 de novembro de 2025. Após essa data, o Ministério dos Transportes analisará as contribuições e publicará a redação definitiva em até 180 dias. Quando a nova lei entrar em vigor, cada Detran terá de adaptar sistemas e treinar servidores, processo que pode levar outros seis meses.
Enquanto isso, vale acompanhar as atualizações e se preparar. A CNH sem autoescola pode ser o primeiro passo para colocar mais brasileiros ao volante — sem comprometer o orçamento familiar.












