Preços de passagens aéreas saltam 18,4% em maio e lideram altas
Alimentos e etanol completam o top dez; impacto positivo das passagens aéreas foi o terceiro maior na prévia da inflação neste mês
Os brasileiros que decidiram comprar passagens aéreas em maio devem ter sentido um peso maior no bolso. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), os preços do item dispararam 18,40% em relação a abril. Com isso, as passagens aéreas lideraram os avanços neste mês.
Em resumo, a Petrobras reajustou o preço médio da querosene de aviação (QAV) em cerca de 18% em 1º de abril. Isso aconteceu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia, que pressionou significativamente os custos com o combustível. E, mais uma vez, o consumidor teve que pagar essas altas, como geralmente acontece.
Com a disparada dos preços em maio, as passagens aéreas exerceram o terceiro maior impacto positivo no IPCA-15, de 0,09 ponto percentual (p.p.). A saber, o indicador é considerado a prévia da inflação oficial do país e variou 0,59% neste mês.
Os outros itens que também exerceram fortes impactos no IPCA-15 em maio foram: produtos farmacêuticos (0,17 p.p.), higiene pessoal (0,11 p.p.), gasolina (0,08 p.p.) e etanol (0,07 p.p.).
Veja os itens que mais subiram no mês
Além das passagens aéreas, os preços de outros sete itens também subiram mais de 10% em maio, pressionando a renda dos brasileiros:
- Batata-inglesa: 16,78%;
- Cebola: 14,87%;
- Maracujá: 14,49%;
- Pimentão: 11,91%;
- Banana-da-terra: 11,46%;
- Açaí (emulsão): 11,21%;
- Flores naturais: 10,16%.
O top dez ainda trouxe o leite longa vida (7,99%) e o etanol (7,79%). No primeiro caso, o que explica o aumento dos preços do leite é a oferta reduzida e os custos de produção elevados. Já o etanol geralmente segue os reajustes da gasolina, cujos preços bateram recorde há duas semanas nos postos do país. Isso explica o forte avanço em maio.
Outros destaques do mês foram: gás veicular (5,88%), remédios (5,24%), produtos de higiene pessoal (3,03%) e gasolina (1,24%).
Seja como for, a inflação no país segue bem mais elevada que a meta do Banco Central. Nem mesmo as recorrentes altas da taxa de juro da economia, a Selic, estão conseguindo segurar a taxa inflacionária no país. Aliás, o cenário internacional vem contribuindo para que a inflação permaneça em alta.