Foi publicado nesta quinta-feira (10) um ranking anual feito pela revista “The Economist” referente à democracia nos países ao redor do mundo. Levando em consideração os índices da publicação, o Brasil teve uma piora em sua pontuação.
The Economist fala sobre “Década terrível do Brasil” de Bolsonaro
O “Índice da Democracia” da “The Economist” existe desde 2006 e aborda dados de 165 países. Em 2021, o Brasil somou 6,82 pontos, um número menor do que os 6,92 registrados no ano anterior.
Segundo o levantamento, a América Latina registrou a maior queda nos níveis de democracia desde que o índice foi criado. Para a revista, a pandemia da Covid-19 serviu para agravar ainda mais uma tendência de autoritarismo que já existia nos países latino-americanos.
Conforme aponta a publicação, também constatou-se que os ataques às instituições democráticas nos países da América Latina aumentaram em 2021. Além disso, usando o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) como exemplo, o “The Economist” alerta para o crescimento dos chamados “populistas iliberais”.
Parágrafo dedicado a Bolsonaro
O presidente Brasileiro ganhou um parágrafo inteiro no relatório. No texto, a revista relembra os ataques de Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, em setembro do ano passado. “O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, exigiu a renúncia de dois membros do Supremo Tribunal Federal após a investigação de pessoas de grupos pró-Bolsonaro que estariam espalhando mentiras”, relembrou o relatório.
Não suficiente, justificando a pontuação do Brasil no ranking sobre a democracia, a “The Economist” lembra dos questionamentos do presidente à integridade do sistema eletrônico de votação, mesmo confessando que não tem nenhuma prova que evidencie a ocorrência de fraude.
“Bolsonaro ainda disse que iria ignorar os resultados das eleições presidenciais e legislativas de 2022, comentários que ele, posteriormente, retirou. Bolsonaro deverá continuar com seus ataques às instituições democráticas e enfraquecer a confiança na integridade eleitoral até as eleições em outubro de 2022”, destacou a revista, ressaltando que a postura do chefe do Executivo deve continuar, “especialmente porque as pesquisas de intenção de votos mostram que ele está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.
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