Desligar o computador antes de sair do trabalho, evitar ruas alagáveis no caminho de casa e ter a lanterna à mão podem não estar nos seus planos para esta sexta-feira. No entanto, a previsão indica que novas chuvas intensas avançam por boa parte do Brasil, aumentando o potencial de alagamentos, quedas de energia e deslizamentos. De acordo com avisos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), 11 estados entram em diferentes níveis de alerta para a noite de hoje, principalmente no Sudeste, Centro-Oeste e Sul. A seguir, detalhamos as regiões atingidas, o tipo de risco em cada local e as medidas mais eficazes de autoproteção.
O que diz a previsão do tempo para esta sexta-feira à noite?
Modelos meteorológicos apontam o avanço de duas frentes frias combinadas ao transporte de umidade da Amazônia — fenômeno conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Essa configuração cria nuvens de grande desenvolvimento vertical, gerando chuvas intensas, rajadas de vento de até 80 km/h e descargas elétricas.
Segundo o INMET, os acumulados podem ultrapassar 60 mm em apenas três horas em algumas capitais, o equivalente a metade do esperado para todo o mês de outubro em cidades como Belo Horizonte e Goiânia. O pico da instabilidade está previsto entre 18h e 23h, exatamente no horário de maior deslocamento urbano.
“As condições atmosféricas continuam muito favoráveis à formação de tempestades. Qualquer deslocamento mais longo deve ser reavaliado”, alerta André Braga, meteorologista de plantão no INMET.
Além das descargas elétricas, há potencial para granizo em áreas isoladas do interior paulista e paranaense. A umidade relativa acima de 80 % mantém o ar abafado, criando sensação térmica elevada mesmo com a presença de nuvens carregadas.
Estados sob alerta e níveis de risco
Os avisos emitidos pelo INMET se dividem em três cores:
- Amarelo – Perigo Potencial
- Laranja – Perigo
- Vermelho – Grande Perigo
Para esta noite, os níveis estão distribuídos da seguinte forma:
- Laranja: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo.
- Amarelo: Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso.
- Amarelo com possibilidade de escalada para laranja: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória podem registrar volumes superiores a 50 mm até a manhã de sábado. Já em Curitiba e Florianópolis, o maior perigo está nas rajadas de vento, que podem chegar a 90 km/h em áreas costeiras.
O mapa do INMET também destaca que regiões serranas e de encosta, a exemplo da Zona da Mata mineira e do litoral norte paulista, possuem risco elevado de deslizamentos, principalmente onde o solo está encharcado há dias. A Defesa Civil desses estados orienta moradores a ficarem atentos a sinais de trincas em muros, árvores inclinadas e água barrenta surgindo do terreno.
Principais riscos associados às tempestades
As chuvas intensas trazem consigo uma gama de perigos que vão além do desconforto de sair sem guarda-chuva. Conhecer esses riscos ajuda a planejar melhor a rotina:
- Alagamentos repentinos: vias com drenagem precária podem ficar intransitáveis em poucos minutos. Nunca tente atravessar pontos com água acima do meio-fio.
- Descargas elétricas: relâmpagos atingem objetos altos ou isolados. Jogar futebol em campo aberto ou ficar na sacada aumenta o perigo.
- Quedas de energia: fios danificados pelo vento ou por árvores tombadas geram apagões. Tenha lanternas e baterias externas carregadas.
- Deslizamentos de terra: encostas saturadas perdem estabilidade. Ruídos estranhos ou rachaduras devem ser comunicados imediatamente à Defesa Civil (telefone 199).
- Granizo e queda de galhos: veículos sem proteção podem ser danificados. Se estiver dirigindo, busque abrigo coberto.
Dados do CEMADEN mostram que 45 % dos chamados de emergência durante eventos de chuvas intensas decorrem de motoristas ilhados ou pessoas em áreas de risco que ignoraram alertas prévios. Portanto, monitorar aplicativos oficiais faz diferença.
Como se proteger durante as chuvas fortes
A primeira regra é antecipar-se. Antes de sair de casa, consulte a previsão em fontes confiáveis. Se a chuvas intensas já estiverem ocorrendo, considere adiar compromissos não essenciais. Além disso:
- Desligue aparelhos eletrônicos da tomada; isso evita danos causados por picos de energia.
- Mantenha documentos e remédios importantes em sacos plásticos vedados.
- Evite trafegar por túneis ou viadutos com histórico de alagamento. Use rotas alternativas em áreas mais altas.
- Se estiver dirigindo e enfrentar enxurrada, abandone o veículo se a água atingir a altura do para-choque. A segurança pessoal vem primeiro.
- Dentro de casa, feche janelas e persianas para reduzir a entrada de vento e estilhaços caso haja granizo.
Para quem vive em áreas de encosta, mantenha calhas limpas e valetas desobstruídas. Pequenas ações de prevenção reduzem significativamente danos estruturais e a necessidade de relocação emergencial.
Serviços de monitoramento e contatos de emergência
Receber informações oficiais em tempo real aumenta a capacidade de resposta. Veja onde acompanhar:
- Aplicativo “INMET”: envia notificações automáticas de chuvas intensas com base em geolocalização.
- Cemaden Alertas: plataforma que cruza dados de radar e pluviômetros comunitários.
- Defesa Civil Estadual: cadastro por SMS; basta enviar seu CEP para 40199 (serviço gratuito).
Em situações críticas, acione:
- Defesa Civil – 199
- Corpo de Bombeiros – 193
- Concessionária de energia local para informar cabos caídos
Por fim, compartilhe os avisos com vizinhos idosos ou com dificuldade de acesso à internet. A informação correta, quando chega a tempo, reduz acidentes e salva vidas.
Com os temporais previstos, planejar cada etapa da noite se torna a melhor estratégia. Acompanhe a evolução dos radares, permaneça em local seguro e siga as orientações oficiais. Assim, você atravessa esta sexta-feira de chuvas intensas com tranquilidade e responsabilidade.











