O ex-vice-presidente e senador, Hamilton Mourão, criticou o tratamento recebido pelos bolsonaristas detidos após atos terroristas em Brasília. A manifestação contra as ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi publicada, nesta terça-feira (10), nas redes sociais de Mourão.
Em seu perfil no Twitter, o ex-vice-presidente afirmou, sem apresentar provas, que as pessoas detidas pelos atos de vandalismo no último domingo (8), em Brasília, estão em “condições precárias”.
Segundo Mourão, “a detenção indiscriminada de mais de 1.200 pessoas, que hoje estão confinadas em condições precárias nas instalações da Polícia Federal em Brasília, mostra que o novo Governo, coerente com suas raízes marxistas-leninistas, age de forma amadora, desumana e ilegal”.
O senador Hamilton Mourão ainda afirmou que “o Brasil e as pessoas detidas esperam ações rápidas dos nossos parlamentares em mandato e das verdadeiras entidades ligadas aos Direitos Humanos”.
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na segunda-feira (9), cerca de 1.500 pessoas foram detidas pelos atos de vandalismo no Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto em Brasília. Os bolsonaristas que participaram dos ataques foram conduzidos de ônibus à superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal.
As detenções foram feitas após o desmonte do acampamento em frente ao quartel do Exército em Brasília. Apesar de estarem sendo detidos, alguns bolsonaristas continuam publicando vídeos nas redes sociais. Os registros mostram o grupo em um ginásio da PF e enquanto aguardam deslocamento, reclamam das condições do local.
Ministros de Direitos Humanos e STF se manifestam sobre a situação dos detidos
O ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também se manifestou nas redes sociais sobre a situação dos detidos na sede da Polícia Federal em Brasília.
Em nota, o chefe da pasta destacou que “o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania se alinha totalmente à postura adotada pelo Presidente da República e pelos Chefes dos demais poderes no sentido de dar aos atos golpistas e à frustrada tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito o mais rigoroso tratamento, nos termos da lei e da Constituição Federal”.
O ministro ainda ressaltou que “a defesa dos direitos humanos exige o repúdio ao golpismo e à violência promovida por grupos antidemocráticos e orientados pelo fascismo”. Mas garantiu que mantém contato com o Ministério da Justiça a fim de monitorar a situação das pessoas detidas após os atos de vandalismo em Brasília no domingo (8).
Segundo o ministro, “as prisões em flagrante estão sendo lavradas e as pastas irão atuar conjuntamente para que a legalidade sempre seja observada”. Além disso, Silvio Almeida ainda afirmou que o Ministério expressa “a sua preocupação com todas as pessoas do Brasil que se encontram em situação de cárcere, sem exceção, e que em sua grande maioria, são pessoas pobres e desamparadas”.
Ainda nesta terça-feira (10), durante a cerimônia de posse do novo diretor da Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, também se manifestou sobre o assunto.
Ao comentar sobre as reclamações feitas a respeito da situação dos detidos após os atos criminosos em Brasília, Moraes afirmou: “não achem, esses terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam porque estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias. Não achem que as instituições vão fraquejar”.