O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (7) a sexta estimativa para a safra de grãos de 2022. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 258,9 milhões de toneladas neste ano.
A estimativa ficou mais uma vez abaixo do prognóstico anterior do IBGE (261,6 milhões de toneladas). Esse declínio aconteceu devido à soja, cuja produção deve ficar 5,6% menor que o previsto no mês anterior.
“Houve uma estiagem que durou de novembro do ano passado até janeiro deste ano e isso prejudicou muito a safra do Rio Grande do Sul e do Paraná”, disse o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.
Apesar do recuo, o valor ainda representa um crescimento de 2,3% na comparação com a safra de 2021 (253,2 milhões de toneladas). Caso a safra brasileira de grãos alcance esse patamar neste ano, baterá um recorde histórico desde o início da pesquisa em 1975.
IBGE revela mais detalhes da projeção para a safra de 2022
Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 116,2 milhões de toneladas neste ano. Isso representa uma queda de 13,9% na comparação com a safra de 2021. Em resumo, as fortes quedas esperadas para a produção do Paraná (-41,1%) e do Rio Grande do Sul (-53,5%) em relação ao ano passado são as principais responsáveis pela redução nacional da produção de soja.
Por outro lado, a produção de milho deve chegar a 111,9 milhões de toneladas em 2022. Esse volume representa um crescimento de 27,4 % em relação a 2021 e de 2,9% na comparação com o prognóstico anterior do IBGE.
“A expectativa é de uma boa produção na segunda safra do milho, que deve ter aumento de 40,4% na comparação com 2021. Com a alta de preços no mercado internacional e os investimentos nas áreas de cultivo, a produção deve crescer e ser um novo recorde na série histórica”, acrescentou o gerente do LSPA.
Centro-Oeste responde por quase metade da produção nacional
Além disso, o IBGE revelou que, entre as regiões do país, apenas o Sul teve retração (-5,9%) em sua estimativa frente o prognóstico anterior. Em contrapartida, as projeções para as outras regiões do país cresceram em março: Norte (2,2%), Nordeste (1,6%), Centro-Oeste (0,5%) e Sudeste (0,4%).
A saber, em valores reais, o Centro-Oeste deverá produzir 129,1 milhões de toneladas, o que corresponde a 49,9% da safra nacional. Em seguida, ficarão Sul (65,1 milhões de toneladas), Sudeste (26,9 milhões), Nordeste (25,1 milhões) e Norte (12,7 milhões).
Por fim, o IBGE divulga mensalmente as projeções para a safra de cada ano. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano e em 2022.
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