As laranjas da Espanha, inspiração para as marmeladas e licores, são conhecidas pelo sabor fresco, intenso e altamente ácido. Mas a fruta mostrou ser ainda mais versátil, pois também pode gerar eletricidade.
Sevilha, a cidade espanhola famosa por suas laranjas, agora consegue transformar a fruta em biogás. O uso da tecnologia demonstra como o município – localizado ao sul da Espanha e com quase dois milhões de pessoas – se preocupa com a economia circular.
A companhia municipal de água de Sevilha começou a testar um sistema que produz energia a partir de sobras de laranjas. Ao coletar laranjas caídas e descartadas em vias públicas, a Emasesa busca extrair suco da fruta para formar biogás. A empresa já espremeu 35 toneladas de laranja amarga, enquanto a casca vira compostagem para ser transformada em fertilizante para os campos.
O objetivo é utilizar esta fonte de energia renovável para alimentar a Estação de Tratamento da região. A expectativa é de que gere cerca de 1.500 kWh, o que equivale ao consumo de 150 residências da Espanha, e tornará a estação de tratamento de água autossuficiente. Para atingir este objetivo, Sevilha terá de investir 250 mil euros no projeto, ou seja, cerca de R$ 1,6 milhão.
Espanha e a economia verde
A Espanha lançou um plano ambicioso em 2018 para mudar o sistema elétrico totalmente para fontes renováveis até 2050, assim como descarbonizar a economia. O país europeu proibiu novas licenças para perfuração de combustíveis fósseis. Além disso, um quinto do orçamento do estado irá para medidas que mitiguem as mudanças climáticas.
O biogás é um exemplo de economia verde. Trata-se de uma forma renovável de energia produzida pela decomposição de matéria orgânica, como resíduos de alimentos, materiais vegetais ou gorduras animais. Portanto, exatamente o que Espanha está fazendo com as laranjas.
Leia também: Pavimento de painel solar capta energia com os passos das pessoas
Existem várias maneiras de usar o biogás, por exemplo, como combustível para veículos ou para aquecimento e eletricidade. Os dois tipos mais comuns de biocombustíveis em uso hoje são o etanol e o biodiesel.
