O saque do FGTS por calamidade garante um alívio financeiro imediato a trabalhadores que moram em áreas atingidas por enchentes, deslizamentos, secas ou outras tragédias reconhecidas pelo governo. Em 2025, o valor continua limitado a R$ 6.220 por evento e pode ser solicitado pelo aplicativo FGTS, sem precisar sair de casa. Neste guia, você descobre quem tem direito, quais documentos apresentar e o caminho mais rápido para liberar o dinheiro antes que o prazo acabe.
O que é o saque do FGTS por calamidade?
Previsto no artigo 20, inciso XVI, da Lei n.º 8.036/1990, o saque do FGTS por calamidade autoriza o trabalhador a retirar parte do saldo disponível em sua conta do Fundo de Garantia quando o município de residência sofre desastre natural. A medida visa ajudar na recomposição de bens perdidos, consertos em moradias e despesas emergenciais.
Para que o saque seja liberado, precisam ocorrer duas etapas formais:
- O prefeito ou governador decreta estado de calamidade pública ou de emergência.
- O Ministério da Integração e Defesa Civil publica portaria reconhecendo a situação.
Somente após esse reconhecimento federal a Caixa abre o cronograma de atendimento. Cada desastre equivale a um evento, permitindo um saque de até R$ 6.220, mesmo que você já tenha usado o benefício em anos anteriores.
Quem tem direito ao saque emergencial de R$ 6.220?
O direito ao saque do FGTS por calamidade não depende do tipo de contrato de trabalho. Basta possuir uma conta ativa ou inativa com saldo disponível e residir no município afetado. A Caixa verifica as informações pelo endereço cadastrado no fundo; portanto, mantenha seus dados sempre atualizados.
Regras principais:
- Residência na área declarada em calamidade ou emergência.
- Saldo suficiente no FGTS — o saque é limitado ao saldo existente, respeitando o teto de R$ 6.220.
- Intervalo mínimo de 12 meses entre dois saques por calamidade no mesmo endereço.
Se o trabalhador possuir várias contas do fundo, a Caixa usa primeiro as contas mais antigas, garantindo que o saque não comprometa a soma das multas rescisórias futuras.
Documentos necessários e prazos para solicitar
O prazo costuma ser de 30 a 90 dias após a portaria federal, prazo que pode ser prorrogado a critério da Caixa. Perder o prazo significa renunciar automaticamente ao valor nesta tragédia específica.
Documentação exigida:
- Documento oficial de identificação com foto (RG, CNH ou passaporte).
- CPF.
- Comprovante de residência emitido até 120 dias antes do decreto (conta de água, luz, telefone ou correspondência bancária).
- Em caso de endereço em nome de terceiros: declaração de residência assinada pelo titular, acompanhada do comprovante.
Para imóveis alugados, é aceito contrato de locação registrado ou declaração do proprietário. Quem perdeu documentos na tragédia pode apresentar Boletim de Ocorrência e utilizar comprovantes digitais emitidos por concessionárias.
Passo a passo para pedir o saque pelo app FGTS e na agência
Atualmente, 90% dos pedidos de saque do FGTS por calamidade são finalizados pelo celular. O processo leva menos de 10 minutos e dispensa filas.
- Acesse o aplicativo FGTS (Android ou iOS) e faça login com CPF e senha.
- Selecione “Meus Saques” > “Outras situações de saque” > “Calamidade pública”.
- Informe o município afetado; o sistema mostrará automaticamente se a portaria federal está válida.
- Anexe as fotos dos documentos exigidos.
- Escolha a forma de recebimento: crédito em conta Caixa ou transferência para outro banco via TED gratuita.
- Confirme a solicitação e acompanhe o status na aba “Minhas Solicitações”.
Se preferir atendimento presencial, leve a documentação completa a qualquer agência da Caixa ou unidade móvel. Pessoas sem acesso à internet, idosos e PcDs têm prioridade no guichê, conforme a Lei 10.048/2000.
Dúvidas frequentes e dicas para não perder o benefício
O saldo do FGTS acaba? O saque do FGTS por calamidade respeita o limite de R$ 6.220, mas você pode ter saldo superior. O valor que ficar continua rendendo 3% ao ano + TR.
Posso sacar duas vezes para o mesmo desastre? Não. Cada CPF recebe apenas um saque por evento, mesmo que possua vários imóveis na área afetada.
Trabalho como MEI, tenho direito? Sim, desde que possua vínculo de CLT atual ou anterior com saldo na conta do fundo.
Para agilizar a liberação:
- Atualize seu endereço no app FGTS antes que ocorra a tragédia.
- Digitalize comprovantes em boa resolução (mínimo 300 dpi).
- Acompanhe a publicação de portarias no site da Defesa Civil Nacional.
- Conclua o pedido no app até o 25.º dia de prazo, evitando sobrecarga no sistema nos últimos dias.
Seguir essas orientações ajuda a garantir que o dinheiro entre na conta em até cinco dias úteis, prazo médio informado pela Caixa em 2024.
“O saque por calamidade é uma das formas mais rápidas de levar recursos para quem perdeu tudo. Usar o aplicativo reduz custos e chega a triplicar a velocidade de pagamento”, destaca Rita Serrano, presidenta da Caixa.
Agora que você conhece todas as etapas, salve este guia e esteja preparado para solicitar o saque do FGTS por calamidade sempre que for necessário. O valor de R$ 6.220 pode não compensar todas as perdas, mas garante um fôlego financeiro importante nos primeiros dias após o desastre.