Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República, afirmou neste sábado (03) que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito e, agora, deve governar o país. De acordo com ele, uma intervenção militar, como defendem apoiadores do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a vitória do petista, traria consequências “terríveis” para o país.
“Está chegada a hora de as pessoas compreenderem que ele [Lula] foi eleito e agora tem que governar”, disse Mourão durante entrevista ao jornal “Gazeta do Sul”. Na ocasião, ele descartou a intervenção militar defendida por apoiadores do presidente Bolsonaro.
“Importante que as pessoas compreendam que não temos liberdade de manobra para uma ação fora do que prevê a Constituição, isso redundaria em sanções contra o nosso país e, consequentemente, traria uma situação muito difícil para a população”, explicou o vice-presidente.
Ainda comentando sobre as manifestações que vêm ocorrendo por parte de apoiadores de Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições, Mourão opinou que esses protestos estão acontecendo tarde demais. Isso porque, para ele, as manifestações deveriam ter sido feitas logo após o Supremo Tribunal (STF) ter reestabelecido os direitos políticos de Lula, em 2021.
Em outro momento, Mourão disse que, pelo que sabe, Bolsonaro não irá participar da posse de Lula, marcada para acontecer no primeiro dia de 2023. Nesse sentido, ele afirma que não pretende ser o substituto do presidente para, assim, passar a faixa presidencial para o petista.
“Pelo que eu sei, o presidente não irá passar a faixa e também não irá renunciar. Consequentemente, alguém colocará a faixa em uma almofada e entregará ao novo presidente após ele subir a rampa”, disse Mourão, que neste ano foi eleito senador pelo estado do Rio Grande do Sul.
Por fim, o futuro parlamentar ainda comentou que, em sua visão, Bolsonaro saiu forte das eleições deste ano. Nesse sentido, ele aponta que o presidente pode assumir um papel de líder de uma oposição responsável, podendo, inclusive, voltar em 2026 ao posto de chefe do Executivo.
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