A produção industrial do Brasil fechou o mês de novembro em queda, na comparação com outubro. O recuo foi leve, mas chama atenção o fato de ser o terceiro mês seguido de queda. Aliás, estes resultados sucedem quatro meses de alta da indústria brasileira, que vinha se mantendo em patamar positivo até agosto.
Os dados fazem parte da Sondagem Industrial, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quarta-feira (14).
De acordo com a entidade, o nível de produção da indústria brasileira passou de 48,5 pontos em outubro para 48,7 pontos em novembro.
A saber, dados acima da linha divisória dos 50 pontos indicam aumento da produção. Por outro lado, valores abaixo dessa marca refletem a retração da produção industrial.
Da mesma forma, o número de empregados na indústria brasileira fechou novembro em campo negativo. No mês passado, o nível do índice caiu para 49,0 pontos, ficando abaixo da linha dos 50 pontos. Inclusive, essa foi a segunda queda, após cinco meses de crescimento no número de empregados.
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Incertezas com o futuro do Brasil enfraquecem a indústria
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os resultados dos últimos meses já eram esperados. Na verdade, a incerteza com o futuro da economia brasileira em 2023 está deixando os empresários do setor bastante temerosos. E os dados mais fracos da produção industrial confirmam esse sentimento.
“A indústria apresentou bons resultados até o meio do ano, mas os efeitos da alta dos juros foram se acumulando, se tornando bastante intensos. A atividade do setor está mais fraca em novembro e, como consequência, temos expectativas de menos contratações e menos investimentos”, explicou Azevedo.
Por falar em juros da economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na semana passada. A saber, esta foi a terceira vez que o comitê manteve a taxa nesse patamar, após 12 altas consecutivas.
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