O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, a suspensão do empréstimo consignado do Bolsa Família. Apesar de não ser uma novidade a solicitação do fim do crédito, essa marca a primeira solicitação formal feita ao novo governo. A medida vem gerando polêmica desde sua fundação, no final do ano passado.
Além da suspensão do programa, o IDEC fez outro pedido, que especialistas acreditam que não será atendido. De qualquer forma, o empréstimo consignado do Bolsa Família parece estar nos holofotes do novo governo e pode acabar a qualquer momento.
Fim do empréstimo consignado do Bolsa Família
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social a suspensão imediata do programa de empréstimo consignado do Bolsa Família. A entidade ainda solicitou que o governo perdoe a dívida de todos os brasileiros que contrataram o programa. A pasta notificada é a responsável pela manutenção e continuidade do programa de renda.
O empréstimo consignado foi criado entre o primeiro e o segundo turno das eleições pelo então presidente Jair Bolsonaro. Na prática, o governo emprestaria dinheiro, a juros baixos, para os beneficiários do então Auxílio Brasil. Com a troca do programa para o Bolsa Família, não houve notificações de que o programa acabaria. Na verdade, diretores de bancos acreditam que o consignado deve continuar.
Contudo, a promessa de um bom programa de crédito se transformou em um pesadelo. No primeiro mês de vigência, beneficiários reclamaram que a Caixa descontou os valores da parcela. Além disso, os juros cobrados se posicionam na terceira colocação entre os maiores do mercado, quando leva-se em conta a alíquota da Caixa. O programa fica atrás apenas do rotativo do cartão de crédito e do cheque-especial.
Crédito ainda está disponível
Apesar da solicitação do IDEC, é preciso lembrar que o empréstimo consignado do Bolsa Família ainda segue valendo. Com isso, beneficiários ainda podem solicitar dinheiro emprestado nas instituições que aderiram ao programa. Contudo, é preciso ficar atento às regras e às dicas de especialistas, para não cair em golpes.
Por conta das regras, o empréstimo do Bolsa Família pode ser feito em até 24x. Com isso, não é possível fazer parcelamentos por mais de 2 anos, mas o cidadão pode fazer em menos parcelas, se quiser. Além disso, o crédito pode comprometer até 40% da renda do programa, o que atualmente dá um valor de R$240,00 mensais. Vale lembrar que o valor oficial do Auxílio Brasil era de R$400,00, mas o novo governo tornou permanente a parcela de R$600, aumentando o limite.
No caso dos juros, o empréstimo do Bolsa Família pode cobrar até 3,5% ao mês do cidadão. No caso da Caixa, o valor é de 3,45%, o que dá mais de 41% ao ano em juros. Especialistas consideram o valor bastante alto e com grande potencial de endividar famílias e gerar perdas para os bancos.