O governo já estuda criar o Benefício de Inclusão Produtiva pelos próximos três meses para compensar o fim do auxílio emergencial. De acordo com o jornalista Gerson Camarotti, o valor de R$ 200 por mês será pago para até 30 milhões de pessoas que não tem carteira assinada e estão fora do Bolsa Família.
Leia também: Impeachment: Ex-ministro da Saúde se manifesta contra presidente
Em seu blog, Camarotti revela que o governo também está em estudo um aumento transitório do valor médio para quem já recebe o Bolsa Família. A ideia é deixar explícita a separação entre assistência social e benefício pontual para o trabalhador.
De acordo com uma fonte do governo ouvida pela jornalista, esses três meses serão uma espécie de “período de avaliação”. Caso a pandemia permaneça com o estágio de gravidade atual, com número elevado de mortes, teria que ser acionada uma “cláusula de emergência” com compensações para garantir o equilíbrio fiscal.
Na reportagem, Camarotti revela que, nos próximos dias, integrantes da equipe econômica e da articulação política do governo vão iniciar conversas com deputados e senadores para negociar aprovação imediata dessa cláusula dentro da PEC do Pacto Federativo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já iniciou conversas nos últimos dias com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira sobre o cenário atual. De acordo com as informações, o ministro já reconheceu que será preciso uma solução rápida para a crise, mas sem comprometer as futuras gerações.
Segundo integrantes da equipe econômica, o protocolo de crise já foi acionado como no ano passado, com antecipação do 13º salário e do abono salarial. Mas para novos gastos, será preciso aprovar a cláusula emergencial por causa das limitações constitucionais do teto de gastos e da regra de ouro.
“Precisamos ter um escudo para proteger as futuras gerações. Se não há coragem de fazer isso em tempo de paz, tem que fazer em tempo de guerra”, completou a fonte ouvida pelo jornalista.