Você já parou diante da gôndola do supermercado, observou ovos brancos e marrons e se perguntou qual levar para casa? Muita gente acredita que a cor da casca muda o valor nutricional, o sabor ou até indica se a galinha foi criada solta. A verdade é que, por trás dessa diferença de tons, há mais mitos do que fatos. Neste artigo, reunimos evidências científicas, informações de produtores e dicas práticas para que sua próxima compra seja embasada, econômica e segura. Continue lendo e descubra por que a decisão entre claros ou escuros passa bem longe da qualidade do alimento.
Por que existem ovos de cores diferentes?
A tonalidade da casca está ligada exclusivamente à genética da ave. Galinhas de penas brancas e lóbulos auriculares claros botam ovos brancos, enquanto aves de plumagem vermelha ou marrom e lóbulos avermelhados produzem ovos marrons. Esse pigmento é depositado nos minutos finais do processo de formação do ovo e não altera em nada a parte interna.
Vale lembrar:
- Raças diferentes podem ser criadas tanto em granjas industriais quanto em sistemas caipiras.
- A coloração não serve como indicador de bem-estar animal ou método de criação.
- A espessura da casca varia mais pela idade da galinha do que pela cor — aves jovens geram cascas naturalmente mais resistentes.
Portanto, escolher entre ovos brancos e marrons com base apenas na aparência é, na prática, uma decisão estética.
Valor nutricional e sabor: muda alguma coisa?
Quando o assunto é composição, pesquisas brasileiras e internacionais apontam resultados quase idênticos. Tanto o ovo claro quanto o escuro oferecem, em média, 6 g de proteínas de alto valor biológico, 5 g de gorduras saudáveis, além de vitaminas A, D, E e minerais como ferro, selênio e zinco.
“Testes de laboratório demonstraram que a alimentação da galinha, e não a cor da casca, determina variações mínimas de micronutrientes”, afirma a zootecnista Marina Lopes.
O paladar segue o mesmo princípio. Em provas cegas, consumidores não conseguiram diferenciar o sabor entre ovos brancos e marrons. Pequenas nuances percebidas podem estar ligadas a fatores como:
- Tipo de ração (milho, soja, farelo de trigo, ingredientes vegetais locais)
- Tempo de estocagem e condições de temperatura
- Formas de preparo (cozido, mexido, frito ou em receitas)
Em resumo, quem busca mais proteínas, gorduras boas ou vitaminas pode escolher qualquer cor sem prejuízo nutricional.
Mitos populares que ainda confundem o consumidor
A crença de que o ovo marrom é mais saudável por vir de galinha caipira faz parte do imaginário brasileiro. Entretanto, galinhas caipiras também podem botar ovos brancos, pois tudo depende da raça. Outro mito relaciona o ovo branco a produção “industrial”, o que não procede. Observe outros equívocos comuns:
- “Ovo marrom tem a casca mais grossa” – espessura varia pela idade da ave.
- “Clara mais firme só existe no ovo marrom” – frescor e refrigeração definem essa característica.
- “Ovo branco é menos nutritivo” – estudos mostram composição praticamente igual.
Logo, a cor não oferece evidências concretas sobre qualidade ou segurança. Atenha-se ao selo de inspeção, à data de validade e à integridade da embalagem.
Por que o preço pode variar entre ovos brancos e marrons?
É comum encontrar bandejas de ovos marrons levemente mais caras, especialmente no Sul e Sudeste. Isso acontece porque as galinhas de casca marrom, em geral, são maiores e consomem mais ração, elevando o custo de produção. Além disso, fatores logísticos e preferência regional influenciam:
- Demanda do mercado local (há regiões que valorizam mais o marrom)
- Custo de transporte e armazenamento
- Estrategias de marketing do produtor ou supermercado
Contudo, pagar mais nem sempre significa levar um ovo melhor. Ao comparar preços, verifique se há certificações como certificado de bem-estar animal, orgânico ou caipira, que justificam valores superiores devido ao manejo diferenciado, não à cor.
Boas práticas de armazenamento e consumo seguro
Independente da tonalidade, a segurança alimentar começa na prateleira e continua em casa. Siga estas recomendações:
- Verifique cada ovo contra a luz; procure rachaduras ou sujeira excessiva.
- Mantenha a bandeja na parte interna da geladeira, onde a temperatura é mais estável.
- Evite lavar antes de guardar; a retirada da cutícula natural facilita a entrada de microrganismos.
- Planeje o consumo em até 21 dias após a data de postura.
- Na hora do uso, quebre o ovo em pote separado; descarte se houver odor forte ou mudança de cor.
Esses cuidados reduzem o risco de contaminação por Salmonella e garantem que suas receitas fiquem saborosas e seguras.
Como escolher bem na prateleira
Agora que você sabe que entre ovos brancos e marrons a distinção é meramente visual, foque nos critérios que realmente importam:
- Selo de inspeção oficial: SIF (Serviço de Inspeção Federal) ou inspeção estadual/municipal.
- Data de validade: quanto mais distante, melhores as chances de frescor.
- Tipo de criação: se você prioriza bem-estar animal, procure ovos caipiras, free range ou orgânicos.
- Integridade da casca: rachaduras facilitam a entrada de bactérias.
- Preço versus benefício: compare valores com base em peso, certificações e frescor, não em cor.
Com essas informações, sua próxima visita ao mercado será mais consciente. Você poderá escolher entre ovos brancos e marrons sem cair em mitos, economizando dinheiro e ganhando em segurança alimentar.
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