Guilherme Boulos (Psol), deputado federal eleito, afirmou neste domingo (27) que levantamentos mostram que a verbas previstas pelo atual governo no Orçamento de 2023 são insuficientes para manter as obras que já estão em andamento sequer até o fim de janeiro.
A declaração do deputado, que hoje integra a equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio lula da Silva (PT) na área de cidades e habitação, foi feita em entrevista ao canal “CNN Brasil”.
Na ocasião, ele relatou que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição, projeto que visa proporcionar ao governo Lula um gasto de quase R$ 200 bilhões além do teto de gastos, é a única alternativa para que as obras nas áreas de habitação e infraestrutura não tenham que ser paralisadas.
“Se não tivermos a aprovação da PEC do Bolsa Família, o Brasil vai virar um país de obras paradas em janeiro”, disse o deputado ao comentar sobre a necessidade de se aprovar a PEC no Congresso Nacional.
“Pelo menos na área de cidades, que eu acompanho, as obras todas do país de urbanização, saneamento, mobilidade, habitação, vão parar. Isso significa desemprego e desperdício do dinheiro público, pelo que já foi investido nelas”, disse Guilherme Boulos.
Em outro momento, ele afirmou que, somente para manter as obras de habitação que já estão em andamento, seriam necessários R$ 1,2 bilhões em 2023. Apesar disso, no orçamento enviado pela gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), prevê-se apenas R$ 50 milhões para a área.
Durante a entrevista, o deputado eleito informou que, no caso das obras de saneamento em execução, seriam necessários R$ 580 milhões. No entanto, o orçamento do governo Bolsonaro prevê a destinação de somente R$ 18 milhões para o tema. “Na segunda semana de janeiro param todas as obras de saneamento em andamento no país”, afirmou Guilherme Boulos.
Por fim, o político ainda relatou sobre o plano de retomar o Ministério das Cidades. De acordo com ele, recriação de ministérios e de novas autarquias, não deverá significará mais gastos ao Estado.
“Sabe quantos cargos foram tirados com a integração dos dois ministérios? Nenhum; só o cargo do ministro. A orientação do presidente Lula para todos os grupos da transição é fazer seu planejamento sem a criação de cargos novos. Então, criar uma secretaria nova significa não significa criar cargos novos, mas, sim, remanejar cargos que já existem. Não é custo novo, não é inchaço para a máquina pública”, disse o deputado federal eleito.
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