Para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabotou o projeto do ministério para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Além disso, Mandetta também afirma que o trabalho que Eduardo Pazuello, que o sucedeu, fez no comando da Saúde foi de “baixa qualidade”.
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“Nós estávamos naquele momento com um projeto para enfrentar, ele não quis, ele sabotou sistematicamente”, afirmou Mandetta em entrevista à CNN Brasil, lembrando de seus dias à frente do Ministério da Saúde, ainda no começo da pandemia de covid-19.
As declarações do ex-ministro foram feitas em entrevista ao canal “CNN Brasil”, na noite de sexta-feira (07). Na ocasião, ele ainda fez um apelo para que Bolsonaro mude sua postura. “Ele precisa tomar um chá de semancol para tentar entender o papel dele na condução desta grave crise sanitária e começar a tomar as medidas que possam ainda salvar”, completou.
Críticas de Mandetta
Essa não foi a primeira crítica do ex-ministro endereçada à gestão do governo federal na pandemia da Covid-19. Isso porque, desde que deixou o ministério, Mandetta vem fazendo críticas recorrentes não só a Bolsonaro, como todos os outros em sua volta.
Durante a semana, ele deu um depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado. Na oportunidade, além de revelar que Bolsonaro queria mudar a bula da Cloroquina, tornando-a um remédio indicado para o tratamento do vírus, ele também disse que o chefe do Executivo tomava decisões aconselhado pelos filhos.
Era Pazuello
Por fim, ainda na entrevista à CNN, Mandetta também falou sobre o trabalho do general Eduardo Pazuello, outro personagem que vem colecionando polêmicas durante a pandemia. Para ele, Pazuello fez um trabalho de muito baixa qualidade e sempre com muita subserviência.
“Vai para Manaus, fica lá, leva cloroquina, manda fazer um aplicativo sobre cloroquina, estimula e larga Manaus sem oxigênio”, disse Mandetta, mencionando o agravamento da situação da Covid-19 na capital amazonense no início deste ano.
À época, o Ministério da Saúde desenvolveu e divulgou um aplicativo que estimulava, mesmo sem indicação médica, o uso da cloroquina em pacientes infectados com a Covid-19.
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