Seguindo os desdobramentos da invasão de bolsonaristas em prédios dos três poderes no Distrito Federal, a Advocacia-geral da União (AGU), solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e, agora, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Atualmente, a capital do Brasil é governada por Ibaneis Rocha.
Nesse sentido, o atual governador do Distrito Federal publicou a exoneração de Anderson Torres logo após o início dos atentados aos prédios dos três poderes. Atualmente, Anderson Torres se encontra fora do país, mais precisamente nos Estados Unidos da América.
Além disso, o líder do governo no congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também protocolou a prorrogação do inquérito dos atos antidemocráticos a partir dos acontecimentos de hoje, em Brasília. Também foi solicitado o impedimento da posse e, em caso de posse, o afastamento do secretário de Anderson Torres como Secretário de Segurança Pública.
Ambos os pedidos foram encaminhados a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral. “Estamos protocolando agora dois pedidos ao ministro Alexandre de Moraes: 1 – prorrogação do inquérito dos atos antidemocráticos a partir dos acontecimentos de hoje. 2 – impedimento da posse e, em caso de posse, afastamento do Sr Anderson Torres, da Secretaria e Justiça do DF”, anunciou Randolfe, em seu Twitter.
Permanência de Anderson Torres já era dada como incerta
Os acontecimentos de hoje reforçaram as dúvidas sobre a permanência de Anderson Torres no cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Nesta semana, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, havia publicado uma portaria que vedava a cessão de servidores vinculados à Justiça “que estejam respondendo a processo administrativo disciplinar, inquérito policial, ação penal ou por improbidade administrativa, em razão de fatos relacionados ao exercício de qualquer função pública, no âmbito da União ou dos entes federados”.
É importante lembrar que, Anderson Torres, que foi o líder da pasta de Justiça no governo Bolsonaro, é alvo de investigações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal. Uma delas se refere a transmissão ao vivo que foi realizada pelo ex-presidente em 2021, quando atacou, utilizando fake news, o sistema eleitoral brasileiro.
Antes de ser exonerado, o então secretário havia se manifestado em suas redes sociais. “Determinei que todo o efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei”, disse Anderson Torres.
Além da prisão de Anderson Torres, a AGU também solicitou a prisão em flagrantes dos agentes públicos que se omitiram no combate à invasão dos prédios dos três poderes e de manifestantes. Até o momento, mais de 150 bolsonaristas foram presos e o número tende a aumentar, dado que existe uma estimativa de que 4 mil pessoas tenham participado do ato antidemocrático.
A AGU também pediu a desmonetização de perfis nas mídias sociais que possam ter promovido as invasões, além da remoção de conteúdos das redes sociais que incitem invasões, solicitando que as plataformas mantenham o registro por 80 dias, de forma que seja possível identificar os autores desses atos.