Preços mundiais dos alimentos não devem cair no curto prazo

A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) revelou nesta terça-feira (12) que os preços mundiais dos alimentos devem continuar caros por bastante tempo. Segundo a agência de alimentos das Nações Unidas, a pressão vista nos últimos tempos não deverá ser temporária.

Em outras palavras, a população continuará pagando mais caro para ter alimentos em casa. Muitos até podem pensar que o encarecimento dos produtos se deve à redução da produção, mas esse não é o principal fator que está impulsionando os preços no planeta.

Na verdade, a produção total de cereais da safra de 2022 deve chegar a 2,8 bilhões de toneladas, segundo estimativas da FAO. A saber, esse volume representa um crescimento de 1% na comparação com a produção do ano passado. Além disso, os estoques globais cresceram 2%, para 851 milhões de toneladas.

Em um cenário de normalidade, estes fatores reduziriam os preços dos alimentos. Isso aconteceria porque o aumento da produção e dos estoques significariam que a oferta cresceria. E, quanto maior a oferta, menores os preços tendem a ser. Contudo, isso não está acontecendo devido a diversos fatores.

Entenda o que está impulsionando os preços dos alimentos no mundo

De acordo com a FAO, os preços médios de uma cesta básica de produtos estão 21% superiores aos registrados em 2008, período de maior pressão nos alimentos, até então. A propósito, a cesta acompanhada pela agência contém carnes, grãos, cereais, óleos vegetais e açúcar. Já o percentual de alta dos preços foi alcançado após descontada a inflação.

Esse forte avanço se baseia, em grande parte, na redução das transações internacionais de grãos. Em resumo, a pandemia da Covid-19 afetou fortemente diversas cadeias de abastecimento devido aos lockdowns e às medidas restritivas para conter a disseminação do coronavírus.

Neste ano, o comércio global ainda estava se recuperando destes impactos, mas a guerra entre a Rússia e a Ucrânia piorou consideravelmente o cenário mundial. A saber, ambos os países são grandes produtores e importadores de importantes grãos e commodities.

A população seguirá pagando valores bastante elevados por alimentos, porque tanto a pandemia quanto a guerra afundaram o comércio global. Há alimentos no planeta, a produção segue crescendo, bem como os estoques, mas as dificuldades em transportar os itens entre os países está pressionando os preços internacionais. E isso deve continuar pelos próximos meses.

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Ruan Samarone

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