Ministros levaram bronca de Lula após companhias aéreas questionarem projeto que visa passagens a R$ 200

Ministros da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levaram uma bronca do petista nesta terça-feira (14) após dois executivos de companhias aéreas terem ligado para o Palácio do Planalto para fazer a seguinte pergunta: quem iria arcar com os custos do projeto que visa promover passagens áreas por apenas R$ 200 – a ideia foi anunciada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.

De acordo com informações reveladas nesta terça-feira pelo jornalista Valdo Cruz, do canal “Globo News”, Lula deu a bronca dizendo que nenhuma pessoa pode lançar um programa sem antes ter a aprovação da Casa Civil. Conforme o comunicador, o petista teria dito que “genialidade” tem de passar antes pela Casa Civil e ser aprovada do ponto de vista do Orçamento pelas equipes de dois ministérios: o da Fazenda e do Planejamento.

Segundo Valdo Cruz, interlocutores de Lula explicam que, mesmo ele não tenho citado o nome de Márcio França, a bronca era endereçada principalmente a ele, mas também valia para outros ministros que tiveram essas ideias classificadas como “geniais” ironicamente pelo presidente, mas que não cabiam no Orçamento ou não são viáveis de aprovação no Congresso Nacional.

Assim como publicou o Brasil123 na segunda-feira (13), Márcio França chegou até a anunciar que o programa, batizado por ele mesmo de “Voa, Brasil”, começaria a valer ainda neste ano, mais precisamente no segundo semestre. Durante uma entrevista, ele chegou a afirmar, inclusive, que o governo não iria bancar nada para garantir essa passagem mais barata para alguns grupos como os dos servidores públicos, aposentados e estudantes.

Por conta disso, as companhias aéreas, que se encontram endividadas, ainda mais após a pandemia da Covid-19 e aumento substancial dos combustíveis, alertaram o governo que não seria possível arcar com as despesas advindas do programa que visa fornecer passagens mais baratas, ao passo que o próprio ministro disse que o Executivo não iria subsidiar a ideia.

De acordo com Valdo Cruz, Lula avalia a ideia como positiva, mas tem batido na tecla que não é possível anunciar algo sem testar o modelo para saber se ele vinga ou não. “Agora, muita gente vai achar que vai ter passagem aérea barata no segundo semestre, só que isso não irá acontecer”, disse um assessor em entrevista ao jornalista. Segundo essa pessoa, isso acaba criando uma falsa expectativa, o que acaba desgastando a imagem de Lula.

Lei também: Haddad busca desoneração da folha de pagamento