A zona do euro encerrou março deste ano com a maior inflação já vista na região. Na verdade, desde dezembro do ano passado que as taxas acumuladas em 12 meses estão alcançando marcas históricas.
No mês passado, a inflação acumulada em 12 meses passou de 5,9% em fevereiro para 7,5% em março. A taxa superou em muito as projeções de analistas, que acreditavam que a inflação chegaria a 6,9% no mês passado.
A saber, essa é a maior taxa inflacionária em mais de 25 anos da série histórica. Aliás, a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, começou a medir os preços ao consumidor na região em janeiro de 1997.
Vale destacar que a inflação está 3,75 vezes superior à meta do Banco Central Europeu (BCE) para a zona do euro, de 2% ao ano. A taxa vinha crescendo nos últimos meses devido aos impactos da pandemia da Covid-19 na cadeia global de abastecimentos. Contudo, a guerra entre Rússia e Ucrânia elevaram ainda mais as taxas inflacionárias em todo o planeta.
Em resumo, os preços da energia foram os principais responsáveis pela disparada da inflação na região. As tarifas da energia saltaram de 32% em fevereiro para 44,7% em março, em ritmo anual.
Além disso, a alta dos custos de alimentos também fortaleceu a taxa inflacionária na zona do euro em março. Os alimentos acumularam uma elevação anual de 5% em março, contra 4,2% em fevereiro.
BCE mantém taxa de juros estável
Apesar da inflação recorde na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalterada a taxa de juros na região. Em suma, o banco se reuniu em 10 de março para definir os novos rumos da política monetária da região. Mesmo com a inflação elevada, a entidade financeira não elevou os juros, mas acelerou a redução da compra de ativos.
A saber, os juros mais altos tendem a desacelerar a economia da região. Aliás, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 5,2% em 2021. No entanto, o ritmo de crescimento sofreu forte desaceleração no quarto trimestre do ano passado. Isso indica que os juros mais altos podem fazer a economia da região ficar estagnada, coisa que o BCE não deseja.
A zona do euro é formada atualmente por 19 países do continente europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda e Portugal. E o resultado da inflação na zona do euro consiste na média da inflação de todas estas economias no mês.
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