A produção industrial do Brasil caiu 0,7% em setembro deste ano, na comparação com o mês anterior. O recuo foi o segundo consecutivo e indica que a produção industrial continua enfrentando dificuldades para se recuperar.
Embora tenha caído na comparação mensal, a indústria subiu 0,4% em relação a setembro de 2021. Por outro lado, no acumulado de 2022, o setor tem uma queda de 1,1%. Em 12 meses, o recuo é ainda maior, de 2,3%.
A saber, a indústria segue abaixo de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Em agosto, a taxa estava 1,5% abaixo do nível pré-pandemia, mas, em setembro, ficou 2,4% menor que fevereiro de 2020.
Além disso, a produção industrial brasileira está 18,7% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente. O IBGE divulgou os dados nesta terça-feira (1º).
“Podemos dizer que há uma redução no ritmo da produção industrial. Isso fica bem evidenciado não apenas nesses dois meses de queda em sequência, mas também na maior frequência de taxas negativas nos últimos quatro meses, com três variações negativas”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Com esses últimos resultados e um perfil bem disseminado de recuo na produção em setembro de 2022, entendemos que houve perda no ritmo da produção nos últimos meses”, acrescentou.
Gasolina sobe pela 3ª semana e preço médio do litro chega a R$ 4,91
Veja os setores que caíram e derrubaram a indústria
De acordo com a PMI, 21 dos 26 ramos industriais caíram em setembro. “Esse perfil disseminado de queda na produção, com apenas 5 setores avançando seu ritmo produtivo, não era observado desde janeiro de 2022, quando apenas 4 segmentos industriais mostraram crescimento”, explicou André Macedo.
Por outro lado, entre as atividades que recuaram no mês, os maiores impactos negativos vieram de:
- Produtos alimentícios (-2,9%);
- Metalurgia (-7,6%);
- Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%);
- Bebidas (-4,6%);
- Produtos de madeira (-8,8%).
“Produtos alimentícios apresentam dois meses consecutivos com queda na produção, totalizando um recuo de 6,1%. Porém, destaco que nos três meses anteriores a esses dois recuos, essa atividade havia apresentado crescimento de 6,7% de forma acumulada”, disse Macedo.
“Produtos derivados de soja, açúcar e carnes de aves são itens importantes no entendimento dessa queda no setor alimentício em setembro”, explicou o gerente da pesquisa.
A saber, a PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970, segundo o IBGE. Em síntese, o levantamento analista o comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.
Leia também: 13º salário do Auxílio Brasil ainda será pago aos usuários?