Governo quer evitar criação de CPIs em ano eleitoral

Em ano de eleição, quanto menos polêmicas, melhor. É nesse sentido que o governo federal tem trabalhado para tentar evitar que novas CPIs venham à tona em 2022. A informação é do jornalista Valdo Cruz, da “Globo News” que afirma que integrantes do Palácio do Planalto não querem a volta da CPMI das Fake News e nem a criação de uma nova comissão da CPI da Covid-19.

De acordo com o jornalista, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm procurado senadores e deputados com um objetivo: convencê-los a não apoiar o funcionamento dessas comissões, alegando que elas poderiam representar um desgaste para a imagem do chefe do Executivo.

Ainda segundo Valdo Cruz, para conseguir convencer esses parlamentares, assessores de Bolsonaro estão oferecendo apoio na eleição – na prática, isso significa liberar, de forma mais rápida, recursos de emendas parlamentares.

Tudo isso, para que esses deputados e senadores, quando chamados a opinar, votem contra a volta dos trabalhos da CPMI das Fake News e contra a criação de uma nova CPI da Covid-19, que novamente serviria para investigar as ações e omissões do governo federal durante a pandemia.

CPMI das Fake News

Em entrevista ao jornalista, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), que é presidente da CPMI das Fake News, afirmou que a comissão voltará ainda deste ano. Segundo ele, no entanto, a volta ainda não tem data confirmada, pois o avanço da variante ômicron tem atrapalhado os planos.

“A CPMI vai voltar a funcionar, foi o que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas), nos garantiu. Mas não deve ser possível agora em fevereiro por causa da rápida disseminação da ômicron”, disse.

De acordo com ele, a comissão terá como foco investigar a divulgação de conteúdo falso em relação às eleições. Nesse sentido, afirma o Angelo, a CPMI atuará junto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com a Polícia Federal (PF) para que as investigações sejam feitas rapidamente, assim que identificada alguma ação de disparo de fake news nas redes sociais.

Segundo Valdo Cruz, a CPMI desagrada Bolsonaro e seus aliados, visto que a comissão pode ter como alvo pessoas próximas ao presidente ou grupos de apoio ao chefe do Executivo que já são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news.

Nova CPI da Covid

Outra CPI que o governo quer evitar é a da Covid-19. Segundo Valdo Cruz, a ideia é agir rápido e tentar convencer que senadores não viabilizem a “versão dois” da comissão que, na visão de aliados de Bolsonaro, poderia representar um grande desgaste para o chefe do Executivo, assim como foi a “primeira versão”. Hoje, já existe uma operação em prol das assinaturas para que a comissão volte à tona. Atualmente, segundo dados do Observatório da Pandemia, 14 senadores já assinaram pela volta da comissão – são necessárias 27 assinaturas.

Leia também: Senador acusa ministro do TCU de abuso de autoridade

Alisson Ficher

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