Você sabia que é possível programar diferentes modalidades de saque do FGTS até fevereiro de 2026 e garantir dinheiro extra no orçamento? A Caixa Econômica Federal liberou um cronograma que contempla desde a opção saque-aniversário até retiradas por demissão, calamidade pública e compra da casa própria. Entender essas regras faz toda a diferença para planejar projetos, quitar dívidas ou simplesmente criar uma reserva financeira.
Neste guia, reunimos as principais formas de acessar seu saldo, os percentuais liberados, os prazos de cada categoria e dicas práticas para solicitar o benefício sem contratempos. Fique atento: decisões equivocadas podem limitar seus direitos em caso de demissão ou atrasar o recebimento do valor. Confira cada detalhe antes de optar pela modalidade que mais se encaixa na sua realidade.
Visão geral dos saques permitidos até 2026
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço reúne depósitos mensais feitos pelo empregador (8 % do salário) em nome do trabalhador. Até fevereiro de 2026, a legislação permite as seguintes possibilidades de saque:
- Saque-aniversário — retirada anual, conforme mês de nascimento.
- Saque-rescisão — dispensa sem justa causa ou término de contrato a prazo certo.
- Saque por calamidade pública — liberação de até R$ 6.220 por evento.
- Saque para moradia — aquisição de imóvel, amortização ou liquidação de saldo devedor.
- Saque por aposentadoria, idade igual ou superior a 70 anos.
- Saque para doenças graves — câncer, HIV, estágio terminal ou incapacidade total.
- Saque em caso de falecimento do titular — direito aos dependentes.
É permitido acumular diferentes modalidades, desde que cada uma obedeça aos requisitos específicos. Por exemplo, quem aderir ao saque-aniversário continua elegível ao saque para moradia, mas perde a multa de 40 % se for demitido sem justa causa.
“O trabalhador precisa analisar a utilidade imediata do dinheiro frente à proteção financeira que o FGTS oferece em situações de desemprego”, alerta a Caixa Econômica em nota oficial.
Saque-aniversário: calendário, faixas e valores
Principal novidade dos últimos anos, o saque-aniversário FGTS permite ao trabalhador retirar uma fatia do saldo anualmente. O prazo de movimentação vai do primeiro dia útil do mês de aniversário até o último dia útil do segundo mês subsequente — ou seja, um período de três meses.
Em 2024, 2025 e 2026, o calendário se mantém idêntico. Na prática, pessoas nascidas em dezembro, por exemplo, podem realizar o saque até 29 de fevereiro de 2026. Veja a tabela de alíquotas e parcelas adicionais:
- Até R$ 500 — saque de 50 % do saldo.
- R$ 500,01 a R$ 1.000 — 40 % + R$ 50.
- R$ 1.000,01 a R$ 5.000 — 30 % + R$ 150.
- R$ 5.000,01 a R$ 10.000 — 20 % + R$ 650.
- R$ 10.000,01 a R$ 15.000 — 15 % + R$ 1.150.
- R$ 15.000,01 a R$ 20.000 — 10 % + R$ 1.900.
- Acima de R$ 20.000 — 5 % + R$ 2.900.
Quem aderir pode antecipar até sete lotes via empréstimo consignado, desde que mantenha contrato ativo em regime CLT. Vale lembrar que a migração para o saque-aniversário é opcional e pode ser revertida a qualquer momento, mas há carência de 25 meses para voltar ao saque-rescisão.
Rescisão, aposentadoria e doença: regras de liberação total
Além do saque-aniversário, existem situações que proporcionam resgate integral do saldo do FGTS:
- Dispensa sem justa causa: saldo completo + multa de 40 % sobre depósitos do período (caso permaneça no saque-rescisão). O valor entra na conta em até cinco dias após o empregador enviar a chave de liberação.
- Fim de contrato temporário: termina o vínculo, o trabalhador pode retirar 100 % do depósito referente ao período.
- Aposentadoria concedida pelo INSS: apresentação da carta de concessão permite sacar todos os recursos imediatamente.
- Doença grave ou estágio terminal: laudo médico homologado pelo SUS ou órgão oficial libera o saldo integral ao titular ou dependente.
Essas modalidades não possuem data-limite pré-definida, mas continuam vigentes ao longo do período 2024-2026. Importante: quem estiver no saque-aniversário receberá apenas a multa de 40 %, perdendo o saldo principal em caso de demissão.
Moradia, calamidade e demais eventos especiais
O saque do FGTS também se destina a objetivos habitacionais e situações emergenciais. Veja como funciona:
- Compra da casa própria: o trabalhador pode usar o saldo para entrada ou amortização, desde que não possua outro imóvel na mesma localidade e participe do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
- Amortização ou quitação: após 24 meses da última utilização, é possível usar novamente o FGTS no financiamento.
- Calamidade pública: o Governo Federal libera até R$ 6.220 por pessoa quando o município decreta estado de emergência, válido por 90 dias.
- Resgate para dependentes: em caso de falecimento do titular, herdeiros legais ou dependentes podem sacar todo o saldo mediante apresentação de certidão de óbito e alvará judicial (quando necessário).
Em cenários de enchentes, deslizamentos ou fortes chuvas, o trabalhador deve comprovar residência na área afetada e não ter pedido semelhante nos últimos 12 meses. O prazo para solicitação costuma ser de até 30 dias após a data do decreto municipal ou estadual.
Passo a passo para solicitar e planejar seus saques até 2026
Seja qual for a modalidade escolhida, o processo pode ser iniciado pelo aplicativo FGTS ou nas agências da Caixa. Siga estes passos:
- Acesse o app FGTS, disponível para Android e iOS.
- Faça login com CPF e senha Gov.br.
- Escolha “Meus Saques” e selecione a modalidade (aniversário, rescisão, calamidade etc.).
- Anexe documentos solicitados e confirme os dados bancários.
- Acompanhe a liberação pelo próprio aplicativo ou receba SMS.
Para evitar surpresas, monte um cronograma pessoal:
- Verifique seu saldo a cada trimestre.
- Compare o valor potencial do saque-aniversário com a reserva para demissão.
- Programe amortizações de financiamento sempre que o saldo atingir 10 % do valor do imóvel, reduzindo juros.
- Guarde comprovantes de residência caso viva em área sujeita a enchentes, antecipando documentos para o saque calamidade.
Planejar o saque do FGTS de forma estratégica pode acelerar metas financeiras e assegurar proteção em momentos de vulnerabilidade. Antes de qualquer decisão, simule valores, leia as condições de cada modalidade e, se necessário, consulte um especialista para entender o impacto no longo prazo. Assim, você maximiza seus direitos sem comprometer benefícios futuros.