O Silicon Valley Bank, o 16º maior banco dos Estados Unidos, está sediado na Califórnia e empresta ativamente para startups, absorvendo depósitos em excesso de empresas de capital de risco e fornecendo assistência financeira.
Como resultado de suas atividades, o Silicon Valley Bank tinha ativos totais de US$ 209 milhões e depósitos de US$ 174 milhões em 31 de dezembro de 2022. No entanto, o súbito colapso da instituição financeira abalou os mercados globais e deixou bilhões de dólares pertencentes a empresas e investidores no limbo, no que se tornou a maior falência de um banco desde a crise financeira de 2008.
Sobre o colapso do Silicon Valley Bank
Há pouco mais de um ano, o Silicon Valley Bank recebeu uma enxurrada de dinheiro de startups bem-sucedidas, comprando muitos títulos. Como outros bancos, o Silicon Valley Bank mantém uma pequena quantia de depósitos em mãos e investe o restante na esperança de obter retorno.
Isso funcionou bem até que o Fed (Banco Central americano) começou a aumentar as taxas de juros no ano passado para reduzir a inflação. Em simultâneo, o financiamento inicial começou a secar, estressando muitos dos clientes do banco, que começaram a sacar seus fundos.
Desse modo, para pagar, o Silicon Valley Bank foi forçado a vender alguns de seus investimentos à medida que seu valor despencou, criando uma lacuna de US$ 2 bilhões em sua posição financeira.
Startups enfrentam problemas
Enquanto o ecossistema de startups lida com a implosão dos bancos do Vale do Silício, alguns empreendedores cujos fundos estão congelados nos bancos estão recorrendo a empréstimos para pagar salários.
O Silicon Valley Bank bancou quase metade de todas as empresas de tecnologia e ciências da vida apoiadas por capital de risco e mais de 2.500 empresas de capital de risco, incluindo Lightspeed, Bain Capital e Insight Partners, de acordo com seu site.
Empresas brasileiras envolvidas
Algumas startups brasileiras não conseguiram sacar todos os seus recursos a tempo do Silicon Valley Bank, onde muitas depositam recursos obtidos de fundos de capital, que lamentavelmente faliu.
De acordo com informações da Bloomberg Línea, os empresários brasileiros tinham mais de US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões na cotação atual) em fundos no Silicon Valley Bank, que foi fechado pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia, depois que um banco administrado pela empresa retirou fundos.
Com isso, alguns empresários brasileiros solicitaram repasses, mas ainda não receberam os recursos devido ao grande volume de saques de clientes, à diminuição do fluxo de investimentos e ao aumento das despesas para manter os negócios funcionando. A falência bancária é um cenário desafiador para empreendedores que precisavam de financiamento do banco para iniciar ou administrar os negócios de tecnologia de capital intensivo.
Em suma, as startups, que geralmente gastam mais dinheiro do que as empresas consolidadas, dependem do acesso ao caixa para seus negócios. Sendo assim, qualquer atraso no recebimento de dinheiro de fundos represados no Silicon Valley Bank pode acabar com as empresas.