A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que a produção brasileira de alimentos orgânicos precisa crescer muito para alcançar a média internacional. A saber, o estudo explicou as razões para essa realidade e mostrou que, apesar disso, o Brasil se destaca em relação a açúcar orgânico.
De acordo com Lucimar Santiago de Abreu, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e líder da pesquisa, o estudo pretende mostrar o panorama global da produção de alimentos orgânicos. “A agricultura orgânica se encontra em grande estágio de desenvolvimento, contando com 72,9 milhões de hectares de área cultivada, tendo alcançado em 2019 um mercado de 106,4 bilhões de euros, sendo os maiores níveis já registrados”, disse.
Em resumo, os Estados Unidos movimentaram 44,7 bilhões de euros em 2019. Esse valor supera a comercialização de alimentos orgânicos acumulada por todos os países europeus no mesmo período. A propósito, o valor chegou a 41,4 milhões de euros.
Por sua vez, o Brasil movimentou R$ 5,8 bilhões em 2020. Embora o valor fique bem abaixo dos números dos outros países, representa um crescimento de 30% em relação a 2019. Inclusive, o Brasil tem grande destaque na produção de açúcar orgânico, detendo cerca de 60% deste mercado.
Em suma, o comércio deste produto é voltado para o exterior. O Brasil envia açúcar orgânico para 64 países e figura como o maior produtor mundial deste item. Atualmente, o país possui 900 mil colmeias orgânicas, que o faz liderar o ranking mundial de produção de açúcar orgânico.
Embrapa destaca os maiores problemas no Brasil
Ainda segundo a Embrapa, a produção brasileira se encontra bem abaixo da média internacional, principalmente, por causa da falta de informações e estatítiscas em relação ao tema. Para se ter uma ideia, a China produz 11 vezes mais hortaliças orgânicas que o Brasil. Além disso, sua produção de frutas orgânicas também é 10 vezes maior que a do Brasil.
Ao mesmo tempo, apenas 0,5% da área agricultável do Brasil é ocupada por plantação orgânica. Aliás, 1,7 milhão de terras consideradas orgânicas estão destinadas a outras culturas, como apicultura e extrativismo. Nesse caso, os produtores cultivam castanhas, açaí, palmito, plantas medicinais e aromáticas.
Por fim, vale ressaltar que a Embrapa selecionou 14 países em cinco continentes para o estudo: Quênia, Tanzânia, Gana e Ruanda (África), China e Índia (Ásia), Itália, Espanha e Dinamarca (Europa), Brasil, México e Chile (América Latina), Estados Unidos (América do Norte) e Austrália (Oceania).
Leia Mais: Confiança da indústria cai pelo segundo mês seguido, aponta FGV