O dólar fechou o pregão de hoje, 29, cotado a R$5,17. É o primeiro fechamento semanal abaixo de R$5,20 em mais de um mês. A moeda, que chegou a bater os R$5,50, reagiu bem à notícia de que o FED aumentou os juros nos Estados Unidos, mantendo as expectativas do mercado. Além disso, os dados do emprego no Brasil agradaram os investidores.
Nessa semana, a queda da moeda chegou a 6%, principalmente depois do noticiário econômico. Com a alta volatilidade, economistas acreditam que o dólar chegou em patamares confortáveis e não deve ficar muito distante dessa cotação até o final do ano.
FED ajudou o dólar
As notícias da semana sobre a economia americana foram fundamentais para a queda da cotação do dólar diante do real. Os dados do PIB e o aumento dos juros seguiram as expectativas dos economistas, que se acalmaram, mesmo com uma recessão econômica à frente. A queda também favorece os brasileiros.
Nessa semana, o governo americano informou uma queda de 0,9% no PIB dos Estados Unidos. Com a segunda queda trimestral, a economia americana ainda se encaminha para uma recessão, mesmo que a literatura brasileira já aponte isso. Além disso, o banco central americano aumentou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, deixando o custo do dinheiro entre 2,25% e 2,50%. Esse movimento fez com que economistas previssem que o FED tomará decisões menos duras no futuro, o que retoma a força do dólar perante outras moedas.
As notícias também impactaram positivamente a bolsa de valores. Nos Estados Unidos, o S&P 500 subiu mais de 4% na semana, enquanto a Nasdaq operou em alta de 4,67%. Além disso, a retomada da confiança dos investidores na economia americana, que faz o dólar cair, também é bom para a economia brasileira.
Como o Brasil sofre com isso?
Com a queda do dólar, a economia brasileira tende a ganhar muito. Isso porque os preços mostram um sinal de desaceleração da alta. No mês passado, a gasolina operou em queda de 5%, o que também faz com que os preços voltem à normalidade. Com a queda da moeda americana, é esperado que os produtos por aqui fiquem ainda mais em conta, caso mantenha esse patamar.
Isso porque a moeda americana é usada em todas as importações que fazemos de fora do Brasil. Dessa forma, um dólar mais barato significa que as compras do exterior ficam mais baratas. Na prática, produtos repassam menos gastos aos consumidores, que veem os preços nas prateleiras ficarem mais atrativos. Outro impacto importante do dólar é na gasolina. Com a moeda americana se desvalorizando diante do real, o custo da Petrobrás fica menor, o que pode fazer os postos cobrarem menos em alguns dias.
Por conta desse cenário, crescem também as chances de o Brasil apresentar uma deflação nos próximos meses. A notícia já é esperada pelos economistas, que afirmam que houve uma alta muito forte de preços nos últimos meses. O IPCA anualizado está em 11,89% e o dólar tem bastante participação nesse movimento.