Em 2025, o consignado do FGTS chega a uma etapa de maturidade que promete ampliar o crédito barato para milhões de brasileiros. A modalidade, que utiliza o saldo do Fundo de Garantia como garantia, ganhou regras mais claras e margens maiores, tornando o processo de contratação ainda mais simples. Neste guia, você confere quem pode solicitar, quais documentos apresentar e quais cuidados tomar antes de assinar o contrato. Se o seu objetivo é financiar um projeto pessoal ou quitar dívidas caras, vale ficar atento às novidades que entram em vigor já no primeiro semestre.
O que muda no consignado do FGTS em 2025?
A principal alteração é a ampliação da margem consignável, que passa de 5% para 7% do salário líquido. A decisão foi aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em dezembro de 2024 e publicada no Diário Oficial em 03/01/2025. Outro destaque é o novo teto de juros de 2,99% ao mês, abaixo dos 3,50% válidos no lançamento da linha, em 2022.
- Margem consignável: 7% do salário líquido, limitada a 160% do saldo disponível no FGTS.
- Prazo máximo: 96 meses, mantendo a possibilidade de quitação antecipada sem cobrança de multa.
- Garantia: até 40% do saldo total + a multa rescisória de 40%.
- Taxa de juros: teto de 2,99% a.m., podendo ser menor conforme a política de cada banco.
Segundo nota da Caixa Econômica, líder na concessão do produto, a queda nos juros foi possível graças à “maior previsibilidade do fundo e ampla adesão dos trabalhadores”.
“A operação manteve a inadimplência abaixo de 1%, o que justifica o novo corte na taxa”, informou a instituição em comunicado de 10/02/2025.
Quem está apto a solicitar?
O empréstimo consignado FGTS continua restrito a trabalhadores que possuam conta ativa ou inativa com saldo. No entanto, o governo incluiu dois novos grupos, favorecendo a inclusão financeira.
- Empregados regidos pela CLT, com contrato por prazo indeterminado ou determinado.
- Trabalhadores intermitentes com, no mínimo, 12 meses de contribuições nos últimos 24 meses.
- Empregados domésticos registrados em eSocial e com FGTS ativo.
- Novidade 2025: Jovens aprendizes que tenham saldo mínimo de R$ 500 podem contratar até R$ 2.000.
- Novidade 2025: Aposentados por invalidez que tenham valores residuais de FGTS liberados pela empresa.
Para todos, é indispensável:
- Saldo mínimo de R$ 300 no Fundo.
- Adesão ao sistema de débito em folha, validada pelo empregador.
- Conta corrente ou poupança no banco contratado.
Servidores públicos e militares não se enquadram nesse modelo, pois não geram FGTS. Esses grupos continuam acessando outras linhas de consignado, mas sem a garantia do fundo.
Passo a passo para contratar com segurança
Com as novas integrações entre bancos e a plataforma FGTS Digital, o fluxo de contratação dura poucas horas. Veja o roteiro recomendado:
- Consulta de saldo: acesse o app FGTS ou o portal gov.br e confirme o valor disponível.
- Simulação: no internet banking do seu banco, insira salário, prazo desejado e avalie a parcela.
- Autorização: no aplicativo FGTS, selecione a instituição financeira e libere a vinculação.
- Análise de crédito: o banco checa margem, saldo e situação cadastral em até 30 minutos.
- Assinatura eletrônica: leia as condições, confirme no celular e receba o crédito em conta.
Para quem prefere atendimento presencial, a Caixa mantém a possibilidade de assinatura em agências ou lotéricas. Entretanto, optar pelo digital reduz custos e agiliza a liberação.
Custos, limites e cuidados financeiros
Embora o consignado do FGTS seja uma das linhas mais baratas do mercado, é fundamental comparar ofertas. Bancos privados, cooperativas de crédito e fintechs disputam o cliente com taxas a partir de 1,29% ao mês, mas variam conforme perfil de risco e relacionamento.
Confira três pontos de atenção:
- CET (Custo Efetivo Total): inclua tarifa de cadastro e IOF na conta final.
- Impacto no saldo: o valor dado em garantia fica bloqueado, reduzindo a liquidez do fundo em caso de demissão.
- Disciplina de pagamento: embora a parcela saia direto do salário, atrasos ou desligamento podem gerar utilização imediata do FGTS retido, reduzindo reservas para compra de imóvel ou aposentadoria.
Sempre que possível, utilize a linha para substituir dívidas caras, como rotativo do cartão (juros médios de 14% a.m.) ou cheque especial (8% a.m.). A economia de juros compensa e evita que o saldo seja consumido sem planejamento.
Inclusão de novos grupos e tendências para o futuro
O Ministério do Trabalho indicou que pretende estender o consignado do FGTS a microempreendedores com vínculo híbrido (MEI + CLT) até o fim de 2025. Outra pauta em discussão é permitir que parte do saldo seja usada para renegociar dívidas do programa Desenrola Brasil, consolidando um único parcelamento.
Para trabalhadores informais, a saída deve vir via Carteira de Trabalho Digital, com contribuição facultativa ao FGTS. A proposta ainda depende de votação no Congresso Nacional, mas especialistas veem boa receptividade, pois amplia arrecadação e reduz dependência de crédito de alto risco.
“Integrar informalidade ao sistema dará ao país uma poupança sólida e, ao trabalhador, acesso a crédito justo”, explica Mariana Leite, economista da FGV, em entrevista ao canal NBR, em 14/03/2025.
Em resumo, o empréstimo consignado FGTS consolida-se como ferramenta de inclusão financeira, combinando juros baixos e segurança para bancos e empregados. Avalie se a modalidade faz sentido para seus objetivos, acompanhe eventuais mudanças e mantenha suas finanças em dia para aproveitar o melhor que a linha oferece.












