A pandemia do novo coronavírus bateu muito forte no setor das empregadas domésticas no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 1,5 milhão de pessoas dessa área perderam os seus empregos.
Mas aqui só estamos considerando o intervalo de tempo que vai desde o mês de setembro até novembro. Em números totais, nenhum outro setor perdeu mais vagas de trabalho do que as empregadas domésticas nesta pandemia.
Há várias explicações para isso. A primeira e mais óbvia é que os patrões ficaram mais em casa. Como estamos falando de um período de dificuldade financeira para muita gente, então se imagina que muita gente cortou a empregada para evitar mais esse gasto.
Mas há ainda outros motivos. Em muitos casos, o empregador até tem dinheiro para pagar os salários. Mas ele fica com medo de se contaminar com o coronavírus. Então ele prefere que a empregada fique em casa para que ela não seja um vetor da doença.
Seja o motivo que for, o fato é que essa classe trabalhista está sofrendo muito nesta pandemia. É que não está fácil conseguir emprego nesta situação. E para piorar, o Auxílio Emergencial acabou e muitas delas estão vivendo às custas de outras pessoas ou mesmo passando necessidade neste momento.
Domésticas
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-IBGE), o Brasil tem cerca de 6,2 milhões de empregadas neste momento. Destas, 92% são mulheres e 68% são negras. São números que representam bem o recorte desse trabalho.
Em uma conta simples dá para saber que o Brasil tem cerca de 3,9 milhões de mulheres negras trabalhando como empregadas domésticas. Isso dá mais do que o triplo da quantidade de caminhoneiros do Brasil. Mas só os caminhoneiros ganharam prioridade na vacinação contra a Covid-19.