Arroz, feijão e carne não devem ficar mais baratos com redução de imposto

O governo federal reduziu na semana passada o imposto de importação de diversos produtos, incluindo arroz, feijão e carne. Como muita gente consome esses alimentos, houve grandes expectativas em relação à redução dos preços nos supermercados. Contudo, a medida não deverá baratear os itens no país.

De acordo com especialistas, a produção nacional de feijão, arroz e carne tem capacidade de abastecer a população brasileira. Por isso, a importação desses alimentos é bem pequena. Em outras palavras, a redução do imposto atingirá esse percentual reduzido dos alimentos e não deverá afetar os preços dos itens, em geral.

Por falar nisso, os alimentos tiveram as seguintes reduções:

  • Feijão: de 10% para 8%;
  • Arroz: de 12% e 10% para 9,6% e 8% (dependendo da variedade);
  • Carne bovina: de 12% e 10% para 9,6% e 8% (dependendo dos cortes).

Vale destacar que a redução de 10% do imposto de importação, promovida na semana passada, foi a segunda do governo. Isso porque, em novembro do ano passado, o governo também havia feito uma redução de 10% sobre esses produtos. Dessa forma, o corte total do imposto de importação chegou a 20% para os alimentos.

Veja o que especialistas dizem sobre a redução dos impostos

Especialistas ouvidos pelo portal de notícias g1 afirmaram que a população não deverá encontrar alimentos mais baratos nos supermercados. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, o feijão carioca é o mais consumido no país. Contudo, o item acumula forte alta em 2022.

“Cerca de 70% do feijão colhido no Brasil é do tipo carioca, o que é um problema, porque, se a gente produz mais que o consumo interno, não tem para onde mandar, porque só o brasileiro come. E, quando falta, você não tem de onde trazer, porque nenhum país do mundo produz”, explicou Lüders.

“Portanto, nem que o governo zerasse a alíquota de importação faria alguma diferença”, acrescentou.

Da mesma forma, o Brasil também tem uma forte produção de arroz. Aliás, o país reduziu em 25,5% as compras do alimento de outros países nos últimos 12 meses encerrados em abril, segundo o Cepea.

Além disso, apenas 9% do arroz produzido no mundo é comercializado entre os países. Isso quer dizer que a redução do imposto de importação do item não afetará o seu preço. Inclusive, o Brasil tem um suprimento de 12,9 milhões de toneladas de arroz. Esse valor supera em muito o consumo interno, que chega a 10,8 milhões de toneladas.

Por fim, a redução do imposto sobre a carne bovina importada também não terá muito efeito prático, segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercados.

“O setor de carnes aqui no Brasil é focado em exportar e não tem necessidade de trazer de fora. O que a gente compra, geralmente, são cortes nobres para abastecer churrascarias, restaurantes. Então, a importação não parece ser alternativa nesse momento”, explicou Iglesias.

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Ruan Samarone

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