Dados divulgados pela consultoria Jato Brasil apontou que metade dos carros novos vendidos no mês de junho tiveram o desconto concedido pelo programa do governo federal. Nesse sentido, dos 178.854 carros comercializados no mês passado, 93.519 tiveram descontos, ou seja, 52% do volume total. Na prática, as montadoras concederam descontos nos veículos em troca de créditos tributários junto ao governo federal.
O levantamento da Jato Brasil leva em conta o número de emplacamentos dentro de um mês. Segundo a consultoria, o carro mais vendido no período foi o Polo, da Volkwsagen, com 9.746 unidades. Em seguida, na segunda posição, ficou o Onix, da Chevrolet, com 8.258 unidades vendidas e, em terceiro, a caminhonete Strada, da Fiat, com 7.519 unidades vendidas.
Além disso, alguns dados apontam o ranking de volume de créditos solicitados pelas montadoras. A Fiat lidera com R$230 milhões em créditos solicitados, seguida pela Volkswagen com R$90 milhões e a Renault com R$50 milhões. Completam a lista a Hyundai com R$40 milhões e Ford, General Motos, Mercedez-Benz, Nissan e On-Highway com R$20 milhões cada.
Programa de descontos do governo foi encerrado na última sexta-feira
Embora o programa de descontos para “carros populares” tenha sido um sucesso, o governo federal anunciou seu encerramento. Ao todo, foram concedidos R$800 milhões em créditos tributários para as montadoras, esgotados em um tempo muito menor que o previsto. Nesse sentido, os descontos do governo para os veículos variavam entre R$2000 e R$8000, contudo, algumas montadoras aplicaram margens maiores.
Nesse sentido, o governo federal definiu alguns critérios para definir a margem de desconto para os carros, sendo eles:
- maior eficiência energética;
- maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno);
- menor preço.
Com isso, quanto maior fosse a soma dos fatores combinados, maior o desconto aplicado sobre o preço do carro. No geral, os veículos mais beneficiados acabam sendo os modelos de entrada das montadoras, dado que acabam sendo modelos líderes de venda, com preço acessível e com boa autonomia.
Descontos para caminhões e ônibus mantidos
Apenas o programa de descontos para carros foi encerrado, dado que foi o único em que os créditos tributários foram encerrados. Dessa forma o desconto concedido para caminhões e para ônibus foi mantido, dado que os créditos não estão nem próximos de serem encerrados. Na opinião de especialistas, o programa não funcionou para os comerciais pesados.
Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, a MP que garantiu os descontos, não decolou. Sendo assim, na visão dele, o desempenho da economia brasileiro foi o principal motivo do programa não ter “decolado”.
“As vendas de caminhões estão diretamente relacionadas ao PIB. Além disso, precisa de crédito, linhas de financiamento e boas taxas de juros. Também é natural que, com a virada do Euro 5 para Euro 6, o cliente antecipou suas compras para não encarar o aumento de preços dos novos veículos com motores mais modernos e menos poluentes”