Nesta quarta-feira (4), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Ministério da Saúde entregou somente cerca de metade das doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 previstas para o estado.
De acordo com Doria, foram recebidas 228 mil doses a menos de um total de 456 mil a que São Paulo teria direito na divisão proporcional entre os estados do lote mais recente de vacinas da Pfizer que chegou ao Brasil.
“A última remessa da Pfizer, a quantidade foi reduzida à metade, sem nenhuma justificativa. A decisão, que como governador qualifico como arbitrária, representa a quebra do pacto federativo. E o governo federal decidiu punir quem fez o certo e quem foi eficiente na vacinação”, disse Doria.
A falta de doses do imunizante pode prejudicar o calendário de imunização de São Paulo, sobretudo a vacinação de adolescentes, que até o momento estão autorizados a receber apenas a vacina da Pfizer, única testada e aprovada para a faixa etária de 12 a 17 anos.
SP protocolou ofício solicitando a liberação das doses da vacina da Pfizer
Para solicitar a entrega das 228.150 doses prometidas em até 24 horas, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, protocolou um ofício junto ao Ministério da Saúde.
“O plano nacional de imunização é seguido de uma forma ética e planejada pelo governo do estado de São Paulo. O estado não poderia ter sido surpreendido por uma medida tão descabida. São 230 mil pessoas que passam a deixar de serem imunizadas”, disse Gorinchteyn.
A falha do governo federal não irá prejudicar o calendário de entregas da CoronaVac, envasada pelo Instituto Butantan, que possui vínculo com o governo de São Paulo.
“Quero informar ao ministro Marcelo Queiroga que nós não faremos retaliação com o seu ministério. Hoje entregamos 2 milhões de doses da vacina do Butantan para o Ministério da Saúde pra vacinação de 2 milhões de brasileiros. Continuaremos a entregar a vacina do Butantan dentro dos prazos previstos.”, afirmou Doria.