Selic só cai com arcabouço fiscal ‘sólido e crível’, diz Banco Central

A ata do Comitê de Política Monetária (COPOM) afirma que a taxa de juros no Brasil só cairá se o novo arcabouço fiscal foi “sólido e crível“. A disputa para uma queda de juros na economia é um entrave entre o Executivo e o Banco Central desde a posse do presidente Lula. Apesar das expectativas do mercado para uma queda dos juros, economistas dizem que as falas do presidente atrapalham o movimento.

Além disso, a ata do COPOM afirma que a nova regra fiscal poderia ajudar a conter uma inflação alta e fazer o país voltar à meta. O projeto do arcabouço fiscal está nas mãos de Lula e deve ser enviado ao Congresso nos próximos dias.

A saga do arcabouço fiscal

O Governo Federal apresentará, dentro de poucas semanas, as novas regras que determinam os gastos públicos no Brasil. O novo arcabouço fiscal é uma das maiores expectativas do mercado e pode acalmar os ânimos de investidores. Caso isso aconteça, o desejo de Lula (queda da Selic) pode acontecer de forma rápida.

O governo lançaria o projeto apenas em abril, em decorrência da viagem da comitiva presidencial à China. Com o cancelamento da agenda por conta da pneumonia de Lula, a pauta pode ser adiantada e ir ao Congresso de forma antecipada. Contudo, o governo segue fazendo mistério sobre o projeto. Em ata, o COPOM disse que o arcabouço fiscal também ajudará na contenção da inflação. Isso porque o projeto trará expectativas mais sólidas sobre o aumento de preços, diminuirá as incertezas da economia. Além disso, o projeto precificará o prêmio de risco da economia brasileira.

A ata também afirma que “a inflação ao consumidor continua elevada”, o que é um emprecilho para a redução dos juros. A nota também afirma que “o Comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos“.

Governo quer que Banco Central reduza juros

A ata do COPOM deixa evidente que depende apenas do Governo Federal a criação de condições para queda dos juros. Isso porque o Banco Central se pauta pelo cenário da economia, que atualmente espera o novo arcabouço fiscal.

Para Lula, a queda da taxa de juros é importante. Na prática, ela deixa o empréstimo mais barato, além de um financiamento mais acessível à população. Para o governo, é fundamental dar acesso à casa própria e aumentar o poder de compra das famílias. Segundo especialistas, a queda de braço com o Banco Central atrasa o movimento e gera preocupações nos investidores internacionais.

O projeto deve chegar ao Congresso nos próximos dias, assim que Lula aceitar a proposta do ministério da Fazenda.

Pedro Hostyn

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