Em sua nova biografia, Rita Lee conta que considerou eutanásia quando recebeu o diagnóstico de câncer no pulmão. A cantora morreu no início de maio, aos 75 anos, por complicações da doença.
Rita Lee considerou eutanásia após descoberta de câncer
O relato foi deixado em ‘Rita Lee: Outra Biografia’, lançada no dia 22 de maio. “Disse a ele (médico) que minha vida tinha sido maravilhosa e que, por mim, tomava o ‘chazinho da meia-noite’ para ir desta para a melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente. Queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso”, escreveu a artista.
A cantora não queria fazer o tratamento com radio e quimioterapia porque viu o sofrimento de sua mãe, Romilda Jones, também vítima do câncer. No entanto, Rita mudou de ideia por amor ao marido, Roberto de Carvalho, e aos três filhos, Beto, Antônio e João. “Contei (ao chefe da área de oncologia do hospital) do trauma que ficou em mim por ter visto o sofrimento da minha mãe fazendo esses dois procedimentos quando teve câncer. (…) O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa”, disse.
‘Profecia’
Em seu primeiro livro autobiográfico, ‘Rita Lee: uma autobiografia”, a cantora deixou uma ‘profecia’ sobre como seria sua passagem e como a notícia repercutiria. “Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída”, descreveu.
“Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha do obituário de algumas revistas há de sair. (Na internet dirão) ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-lo”, dispara.
Rita, então, finalizou: “Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’. Epitáfio: ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”. De fato, já está fazendo muita falta!