Retratação de Bolsonaro não salva bolsa brasileira, que cai na semana

A semana foi uma verdadeira montanha-russa para a bolsa de valores brasileira, se bem que a descida foi bem mais intensa que a subida. Com um feriado no meio e um pregão a menos, os investidores acabaram forçados a vender seus ativos com a escalada da tensão no país e as falas bastante questionáveis do presidente Jair Bolsonaro.

Também não era para menos. Bolsonaro aproveitou os atos de 7 de Setembro para atacar ministros, governadores, prefeitos, sistema eleitoral do país e mais algumas “coisas democráticas”. Afirmando que não cumpriria mais nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro não só inflamou seus apoiadores, mas deixou claro o conflito com os outros poderes.

Em resposta a Bolsonaro, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou que “ninguém fechará a Corte”. “Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, acrescentou o ministro Fux.

Enquanto isso, os grupos bolsonaristas passaram a comemorar a “decretação de estado de sítio” do país pelo presidente. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário, Bolsonaro recebeu em Brasília o ex-presidente Michel Temer, que escreveu uma nota desdizendo as declarações antidemocráticas do presidente. E o próprio Bolsonaro assinou o documento, afirmando que respeita a independência dos Poderes.

Bolsonaro volta atrás, mas Ibovespa não

Após os atos bolsonaristas, os investidores fugiram da bolsa brasileira. A saber, o Ibovespa afundou quase 4% num único pregão, maior queda diária dos últimos seis meses. Para tentar amenizar a situação e se livrar de um possível processo de impeachmeant, Bolsonaro soltou a nota na última quinta (9). Isso até ajudou o Ibovespa a subir quase 2% no dia.

No entanto, a recuperação durou pouco e o índice voltou a cair no último pregão da semana (-0,93%). O saldo não tinha como ser outro e o Ibovespa tombou 2,26% no acumulado semanal. Das 91 ações do índice, 65 fecharam a sessão no vermelho nesta sexta-feira (10), enquanto 60 papéis caíram na semana. Ao todo, entre compras e vendas, a média diária do giro financiero ficou em R$ 22 bilhões na semana.

Por fim, entre os poucos avanços do pregão de ontem (10), os mais expressivos vieram de: Méliuz ON (8,41%), Minerva ON (6,10%), BRF ON (3,03%), Marfrig ON (2,45%) e Cyrela Realt ON (2,10%). Em contrapartida, os tombos mais intensos ficaram com: Magazine Luiza ON (-8,86%), Banco Pan PN (7,08%), Locamérica ON (-5,46%), Via ON (-5,05%) e Localiza ON (-4,55%).

Leia Mais: Vendas do comércio varejista crescem em 19 das 27 UFs em julho

Ruan Samarone

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