‘Nos Tempos do Imperador’, única novela inédita da TV Globo durante a pandemia da Covid-19, anda gerando insatisfação nos bastidores da emissora. De acordo com a colunista Carla Bittencourt, nesta quarta-feira (15), muitas cenas da novela estão sendo regravadas e, assim, o elenco não está nada feliz.
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O clima teria esfriado, especialmente, após o fiasco de uma cena na qual Samuel, vivido por Michel Gomes, diz que Pilar, papel de Gabriela Medvedovski, foi vítima de racismo reverso por ser uma mulher branca. Por isso, a relação entre a mocinha branca e o jovem negro está sendo toda revista e também regravada.
O problema é que ‘Nos Tempos do Imperador’ começou a ser gravada em 2019 e há muito material pronto. Por isso a produção tem que quebrar a cabeça para refazer determinadas cenas sem estragar o andamento da trama.
O elenco, por conta dessas situações, está extremamente estressado e para piorar, todos estão muito bravos com a quantidade de figurantes. Isso porque, eles não seriam obrigados a fazer o teste da Covid-19, que é só feito entre os protagonistas.
As regravações de ‘Nos Tempos do Imperador’ ainda não tem data para acabar.
Relembre bafafá de cena entre Samuel e Pilar
Na cena em questão, que gerou diversos debates no Twitter, dom Olu (Rogério Brito) rejeitou a presença da jovem na Pequena África – espaço de resistência de negros livres e fugidos. A decisão gerou revolta em Samuel, que afirmou: “Só porque você é branca não pode morar na Pequena África? Como queremos ter os mesmos direitos se fazemos com os brancos as mesmas coisas que eles fazem com a gente?”. Pilar coloca panos quentes e diz que entende dom Olu.
Thereza Falcão, autora de ‘Nos Tempos do Imperador’, se desculpou nas redes sociais: ” Foi péssimo. Pedimos muitas desculpas. Eu mesma quando vi a cena aqui em casa, falei: o que foi isso? Todos os capítulos que vão ao ar até o 24 foram escritos em 2018, gravados na ampla maioria em 2019”.
“Na época não contávamos com uma assessoria especializada, o que só aconteceu no ano passado, com a entrada do [pesquisador de cultura afro-brasileira] Nei Lopes. Hoje assisto a muitas cenas com uma sensação muito longínqua. Mais uma vez pedimos desculpas por cometer erros grosseiros como esse”, afirmou a escritora, referindo-se também aos personagens conversando em um banco de praça, algo que seria impossível na época.
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