PT deve ficar de fora da disputa pela presidência da Câmara em 2025

Neste ano, o Partido dos Trabalhadores (PT) optou por ficar de fora da disputa pela Câmara dos Deputados, em uma manobra que teve como objetivo evitar o embate com Arthur Lira (PP), que acabou se reelegendo ao cargo e, hoje, é um importante interlocutor entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula (PT) e parlamentares que hoje integram a Casa.

Nesta quarta-feira (12), o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira afirmou, durante entrevista ao portal “UOL”, que o mesmo deve se repetir, isto é, o PT não deve disputar a presidência da Câmara dos Deputados após a saída de Arthur Lira, em 2025.

De acordo com o chefe da pasta, o partido não quer revisitar o que ocorreu quando o então deputado Eduardo Cunha venceu Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara – a eleição naquela época abriu o caminho para o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016.

“Creio que o PT não deva disputar a presidência da Câmara. Temos 140 parlamentares, se formos disputar o Congresso Nacional e perdermos, já temos um antecedente que não foi bom”, disse ele em alusão à eleição que elegeu Eduardo Cunha.

“Acho que a gente não deveria disputar o segundo biênio. O segundo biênio deve ser conversado, temos que conversar da maneira que vai acontecer. Nós não deveríamos disputar e temos que incidir sobre o segundo biênio. Nada está fechado”, salientou ele.

Em outro momento, o ministro ressaltou que, em sua visão, o sucessor de Arthur Lira não precisa ser, necessariamente, filiado ao PT. Todavia, para Paulo Teixeira, é importante que a legenda consiga construir relações e compromissos com esse novo chefe da Casa. “Você pode construir nomes e compromissos. Agora, tem tempo para construir compromissos e construir nomes”, disse ele.

Em outro momento da entrevista, o ministro falou sobre o representante da direita nas eleições de 2026. Condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível e, com isso, fora dos pleitos pelos próximos oito anos.

O nome mais falado como um possível sucessor é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para Paulo Teixeira, o gestor paulista não deve disputar as eleições porque, segundo o ministro, ele “uma contradição com esse bolsonarismo mais raiz”.

“Ele não alimenta as loucuras. Sou defensor do uso medicinal da cannabis e eles não deixaram aprovar aqui no Congresso, daí ele adotou lá em São Paulo. Ele não lidera esse time Carla Zambelli […] Para ser de extrema-direita, você tem de alimentar o negacionismo”, disse o ministro, finalizando que o governador “se elegeu na imagem do bolsonarismo, e o Bolsonaro se contrapôs a ele”.

Leia também: Reforma tributária: governo quer evitar efeito ‘pingue-pongue’ no projeto

Alisson Ficher

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