Recentemente, no dia 12 de fevereiro, liberamos uma notícia de que nove pessoas teriam sido confirmadas com a nova variante de Manaus em São Paulo. Os confirmados vieram de Manaus ou tiveram contato com pessoas que passaram pela cidade. Agora, São Paulo confirma o primeiro caso de variante em uma pessoa que não se enquadra nesses perfis. Diante do cenário, a professora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, diz que é provável que a nova variante se espalhe pela capital.
“O mundo é muito conectado e já é grave o fato de encontrarmos [a variante] em Manaus. São Paulo é a principal rota dos aviões que vêm de Manaus, então, é de se esperar que São Paulo seja um dos próximos focos da transmissão dessa variante”, declarou.
Maior transmissibilidade e resistência das variantes
Sobre as novas variantes, tanto a brasileira, quanto a britânica e a da África do Sul, a professora diz que já está provado que elas possuem uma capacidade maior de transmissão e até mesmo de driblar o sistema imune. “Os estudos ainda não terminaram com a linhagem do Brasil, mas o fato de ter as mesmas mutações sugere que a linhagem que apareceu em Manaus tenha um comportamento muito semelhante à da África do Sul”, diz.
Professora detalha motivos que levam as variantes a terem alta taxa de transmissão e resistência à vacinas
A professora da Faculdade de Medicina da USP fala sobre os motivos que levam as novas variantes a apresentarem uma alta taxa de transmissibilidade e resistência às vacinas já desenvolvidas.
“A linhagem da Inglaterra tem uma mutação que ajuda a ligar o vírus ao receptor. O receptor é onde ele se liga na célula. Isso aumenta a taxa de transmissão. Outras duas mutações que estão na linhagem da África do Sul já se mostraram efetivas em fazer com que o vírus escape dos anticorpos neutralizantes para a cepa anterior. Elas agem causando reinfecção e aumentando a chance de escapar da resposta à vacina. Estas duas mutações também estão presentes na linhagem do Amazonas.”