Procurador do MP é demitido por contratar outdoor para elogiar a Lava Jato

O procurador da República no Paraná, Diogo Castor de Mattos, foi demitido de seu cargo por um motivo bem peculiar: ele contratou um outdoor em defesa da Operação Lava Jato, força-tarefa essa que ele fez parte.

A demissão dele foi aprovada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na segunda-feira (18), em uma votação que terminou em seis a cinco a favor da tese de que o procurador violou os deveres funcionais e cometeu, deste modo, um ato de improbidade.

Durante a sessão que marcou a demissão do procurador, os conselheiros discutiram sobre a possibilidade de substituir a pena por suspensão. No entanto, a ideia foi rejeitada pelos membros do CNMP.

Painel pago pelo procurador

O polêmico painel, financiado pelo procurador, foi instalado em 2019, em Curitiba, no Paraná. Na estrutura, foi estampada uma imagem que continha nove procuradores.

“Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março — 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”, dizia o outdoor.

De acordo com o procurador, ele teve a ideia de “financiar a contratação de uma mídia para elogiar e levantar o moral do grupo”. Além disso, ele revelou ter pago R$ 4 mil para instalar o outdoor, mas sem ter se envolvido nos detalhes da contratação.

O procurador afirma que teve a ideia de “financiar a contratação de uma mídia para elogiar e levantar o moral do grupo”. (Foto: reprodução)

No entanto, ele, que afirma não ter visto problema em sua atitude, deixou de fazer parte da Lava Jato na sequência do fato, pois, assim como definiram os conselheiros, o outdoor violou normas funcionais do MP porque representou uma promoção pessoal.

Além disso, antes do julgamento, o MP já considerava que o ato estava em desacordo com a política de comunicação institucional do órgão, o que acabou sendo confirmado com a decisão dos conselheiros. Por fim, importante lembrar que a demissão ainda não é definitiva, pois o procurador pode recorrer da decisão proferida pelo CNMP.

Leia também: Arthur Lira defende PEC que controla o Conselho Nacional do MP

Alisson Ficher

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