Política Nacional de Recursos Hídricos pode solucionar problema da escassez das chuvas

Um encontro promovido pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados reuniu especialistas para tratar sobre a escassez das chuvas que provocou e continua agravando a pior crise hídrica que o Brasil já viu nos últimos 91 anos. Na ocasião, os convidados abordaram a necessidade de editar a Medida Provisória (MP) nº 1055, de 2021, que cria um grupo composto por seis ministérios para adotar medidas emergenciais.

 

Política Nacional de Recursos Hídricos pode solucionar problema da escassez das chuvas. (Imagem: Reprodução/Google)

 

Contudo, a MP perdeu a validade sem chegar a ser votada pelo Congresso Nacional. Justamente por esta razão, os especialistas reafirmaram que a medida não foi a melhor solução para encontrar uma solução capaz de enfrentar as consequências das mudanças no fluxo das chuvas no Brasil nos últimos anos. O instrumento mais adequado na visão dos participantes da audiência pública é a Lei nº 9.433, de 1997, que criou a Política Nacional de Recursos Hídricos. 

De acordo com o professor de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jerson Kelman, ex-diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), é essencial verificar os diversos usos da água. “Não dá para admitir que haja um olhar predominante. Não pode ser privilegiado nem o setor elétrico nem o meio ambiente e a irrigação. Essa orquestração, porém, é extremamente complexa, porque há componentes técnicos e políticos”, destacou. 

A audiência também destacou a importância de relacionar a crise hídrica a questões ambientais. O secretário-executivo do Observatório de Governança de Água (OGA), rede responsável por reunir instituições públicas, privadas e demais ONGs, explicou que a mudança no período das chuvas ocorreu devido ao desmatamento registrado em vários biomas, afetando diretamente todas as reservas hídricas

Segundo o secretário, sempre que há algum tipo de cobertura vegetal e florestal, a infiltração da água no solo pode chegar a 50%, quando na sua ausência, o percentual chega, no máximo, a 15%.

Enquanto isso, o ex-diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Barata, é essencial considerar os impactos da crise econômica. Isso porque, o Brasil possui uma das tarifas de energia elétrica mais caras de todo o mundo, motivo pelo qual ele propõe a recomposição dos reservatórios utilizando energias renováveis. 

Para ele, a população enfrenta novos problemas com a alta nos custos de energia de 2022 em diante, independente da motivação estar vinculada às tarifas ou ao pagamento dos empréstimos. Por esta razão, uma solução possível é reconhecer que o sistema aplicado no Brasil hoje já está antiquado. 

Todas as vezes que a administração tentou solucionar o problema por meio da inclusão de térmicas no sistema, a situação piora cada vez mais, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. 

Laura Alvarenga

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