A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (22), uma ação que teve como intuito desarticular um grupo especializado no chamado “golpe do motoboy”. De acordo com a entidade, a quadrilha entrava em contato com as vítimas e, por telefone, as convenciam a entregar cartões de crédito e a senha.
Em nota, a Polícia Civil revelou que cumpriu dez mandados de busca e apreensão. Além destes, a corporação também saiu às ruas para cumprir três ordens de prisão preventiva em São Paulo, capital. No entanto, os alvos não foram localizados.
As investigações contra o grupo
Segundo a Polícia Civil, as investigações do caso do “golpe do motoboy” começaram no meio deste ano, quando o grupo, que é itinerante, isto é, tem atuação em diversos estados brasileiros, com o objetivo de dificultar a atuação da polícia, agiu em Brasília, no Distrito Federal. Na ocasião, a vítima foi um idoso, de 77 anos, que perdeu cerca de R$ 70 mil.
Ainda conforme a entidade, o grupo criminoso é comandado por dois homens: Daniel Soares Sampaio, de 37 anos e Elvis Viana Ribeiro, de 28. Além disso, também faz parte da organização Jaqueline de Moura Félix da Silva, de 20 anos, que, assim como a dupla, não foi encontrado em nenhum dos endereços.
Como funciona o “golpe do motoboy”
Thiago Carvalho, delegado à frente do caso, explicou que os criminosos manipulavam as vítimas a fim de que elas fornecessem informações sigilosas como senhas e números de cartões de crédito, sendo que a fraude teria início com uma simples ligação.
“Os criminosos ligam para as vítimas, em sua maioria idosa, se passando por funcionários da central de segurança do banco e solicitam a confirmação de uma compra suspeita, que nunca existiu, realizada no cartão de crédito”, contou o delegado.
Depois de explicar sobre o suposto uso do cartão, os bandidos orientavam que as vítimas ligassem para a operadora do cartão e efetuassem o bloqueio do objeto. Neste momento, quando as pessoas discavam o 0800 da central de atendimento da operadora de cartão, os bandidos puxavam a linha e eles mesmos faziam o atendimento da pessoa.
Na conversa, o criminoso afirma que um funcionário do banco irá recolher o cartão para que uma perícia seja feita. No entanto, a ideia é pegar o objeto e utilizá-lo. “O suposto funcionário vai até a casa da vítima, geralmente um motoboy, efetua a coleta do cartão. A partir daí, com o cartão e senha em mãos, começam a ser efetuadas transações financeiras com o uso do cartão da vítima” explica o delegado.
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