A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (02), uma operação que visou desarticular uma quadrilha especializada no contrabando de imigrantes. Segundo a entidade, os agentes saíram às ruas de São Paulo e também de Minas Gerais para cumprir 13 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão.
Em nota, a Polícia Federal relatou que o grupo pegava as vítimas em países como Bangladesh e Suriname e prometiam que iriam levar elas para os Estados Unidos. No entanto, antes de chegar no trajeto final, essas pessoas passavam pelo Brasil, mediante utilização fraudulenta do instituto humanitário do refúgio.
Além de ter cumprido ordens judiciais na capital paulista, os agentes também estiveram em dois municípios do estado: Santos e Salto. Não suficiente, a operação teve ordens cumpridas na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais.
As investigações da PF
Ao longo das investigações, que foram iniciadas com a prisão em flagrante de um cidadão bengalês, agentes da Polícia Federal constataram que os suspeitos da operação agiam a partir de “agências de viagem” clandestinas que funcionavam no Brás, centro da capital paulista.
Com o avançar das apurações, foi possível, conforme a entidade, identificar como funcionava o esquema criminoso arquitetado e executado pelos suspeitos. “A investigação demonstrou que a organização criminosa cobrava até 20 mil dólares para trazer estrangeiros do oriente médio até ao Brasil”, revelou.
Quando chegavam no Brasil, as vítimas tinham seus documentos pessoais retidos e permaneciam em cárcere privado no país em razão do não pagamento de taxas extras durante a viagem.
“As vítimas eram coagidas a prestar falsa notícia de perda da documentação perante a Polícia Civil de Roraima. Assim como, estariam sendo privados de alimentos e de contato com o mundo exterior”, detalhou a corporação, que ainda não divulgou quantos dos mandados de prisão foram, de fato, executados.