Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta terça-feira (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito a fim de apurar uma suposta invasão de hackers ao sistema da Corte.
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De acordo com a informação, Alexandre de Moraes foi escolhido como relator do caso porque há indícios de conexão entre esse ataque e os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que apuram uma rede de disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes do Supremo.
Importante lembrar que os principais alvos de ambos os inquéritos são pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Dentre essas pessoas, incluem-se empresários, blogueiros e deputados da base do governo.
Sigilo nas investigações
Nesta terça, a Corte revelou que o caso está sob sigilo. Nesse sentido, o STF somente confirmou que está apurando e que Moraes será mesmo o relator do caso.
“Trata-se de ameaça ao Supremo e os fatos são conexos e podem ser relacionados com a apuração em andamento nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos”, afirmou em nota a Corte.
Ainda de acordo com o comunicado, o inquérito está sob a responsabilidade da Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal e os investigadores já apuraram uma suposta conexão de pessoas já na mira do Supremo e o ataque cibernético.
O ataque ao STF
Conforme publicou o Brasil123, o site do STF está inacessível desde a última quinta-feira (06). Na sexta (07), o Supremo emitiu uma nota oficial afirmando que retirou a página da Corte do ar para investigar o motivo da instabilidade no sistema.
Além disso, na oportunidade, o STF afirmou que “informações preliminares”, indicavam que não havia sido relatado nenhum comprometimento de informações sigilosas. De todo modo, a PF foi acionada para apurar o caso.
Na nota, o STF não confirma que foi alvo de hackers, mas diz que a suspeita foi levantada após técnicos identificarem aumento expressivo do número de acessos ao site que fugiam do padrão.
Aumento de acessos
De acordo com o Supremo, o site da Corte tem relatado, nos últimos anos, um crescimento considerável nos acessos ao portal por conta de robôs desenvolvidos por empresas e profissionais ligados ao direito que capturam, de maneira lícita, isto é, dentro da lei, dados públicos da corte para levantamentos e estudos.
Na semana passada, porém, os registros de entrada no site do tribunal foram ainda maiores que o normal e, por conta desse acesso, o site foi fechado.
“O acesso fora do padrão foi contido enquanto ainda estava em andamento […] Somente dados públicos ou de características técnicas do ambiente foram acessados, sem comprometimento de informações sigilosas”, informou o STF.
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