Duas primas morreram enquanto filmavam uma enxurrada de lama que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro na última terça-feira (15). De acordo com as informações, as duas foram arrastadas pela lama depois que uma barreira caiu, vedou o curso natural da água e atingiu o local onde elas estavam.
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Nesta quinta-feira (17) Márcio Luis Ferreira dos Santos, de 45 anos, contou que conseguiu salvar cinco de seus seis filhos. Só faltou Taylane de Souza dos Santos, que assim como sua prima, Ana Clara da Fonseca, foram levadas pela lama.
De acordo com ele em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, sua filha era extrovertida e alta, assim como sua avó. Segundo ele, sua filha mais nova, de dois anos, está perguntando constantemente cadê sua irmã, que desde terça, não aparece mais para brincar com ela.
“Ela pergunta: ‘mamãe, cadê a Tatá? Morreu?”, disse o pai, que nesta quinta era mais um entre os inúmeros parentes que estavam na frente do Instituto Médico Legal (IML) desolados, em buscas de pais, mães, filhos e parentes que perderam suas vidas por conta da tragédia climática que atingiu a cidade carioca.
Segundo a “Folha”, no IML, a cada meia hora, uma funcionária do instituto aparece e dá informações sobre os corpos que chegaram ao local. Todas as vezes que ela aparece, dezenas de pessoas correm para ouvi-la na esperança de que, enfim, surjam notícias sobre seus familiares.
Nesta quinta, familiares que estão no instituto reclamaram da demora do IML. De acordo com a mulher, o trabalho de reconhecimento dos corpos “é um processo que tem que ser feito com lisura. Sendo assim, exige tempo, apesar da dor das famílias”. Por fim, ela relata que foi separado no local uma sala para caso alguém precise descansar ou passar mal.
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