Uma operação da Polícia Civil, deflagrada nesta quarta-feira (27), culminou na prisão de 19 estudantes de medicina. De acordo com a entidade, eles são suspeitos de terem entrado no curso usando históricos escolares falsos no processo de transferência externa.
Segundo a corporação, dos presos, 17 foram capturados em Goianésia e um em Formosa, ambas cidades localizadas no estado de Goiás. Uma outra pessoa foi presa em Barreiras, na Bahia.
Conforme explica Danilo Fabiano, delegado à frente das investigações, “grande parte dos suspeitos estudava no Paraguai e falsificou documentos de faculdades no Brasil para transferência para outras universidades, também no país”, relatou.
Ainda de acordo com ele, a Universidade de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, alvo da falsificação, revelou que os estudantes nunca estudaram na instituição. Alguns dos suspeitos, inclusive, nem se quer estudaram medicina no Paraguai, relatou o delegado.
Nesse sentido, ele explica, existem, entre os acusados, pessoas que entraram no quinto ou sexto-período do curso sem jamais terem cursado medicina. “Outros já estavam na fase de internato e atendendo a comunidade”, informou.
Estudantes da mesma família
Dentre os presos, quatro são da mesma família: mulher, dois filhos e um irmão dela. Além disso, a polícia também constatou a existência de quatro casais, marido e mulher, que também estão entre os acusados de participarem das fraudes.
Com direito a bolsa
Segundo a Polícia Civil, parte dos suspeitos que conseguiram suas vagas de maneira ilegal estavam usufruindo, ainda, de bolsas de estudos pagas pelos cofres públicos, em uma ação que, segundo o delegado responsável pelo caso, era deflagrada em conjunto entre os envolvidos.
“Como parte dos alunos era marido e mulher, a universidade dava uma bolsa de estudos de 25%. Com isso, como a universidade é uma fundação pública, causa dano ao erário, vez que parte do recurso é público”, explicou Danilo Fabiano.
A Polícia Civil informou que os estudantes podem responder por falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa e perigo à vida de outras pessoas.
Leia também: Justiça bloqueia R$ 470 milhões de investigados por exploração ilegal de ouro em terra indígena