O direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um julgamento justo foi violado durante um caso de corrupção que resultou em sua prisão e o impediu de concorrer a um cargo, segundo um comitê das Nações Unidas.
Em comunicado desta quinta-feira, o Comitê de Direitos Humanos da ONU disse que a investigação e a acusação brasileira violaram o “direito de Lula de ser julgado por um tribunal imparcial, seu direito à privacidade e seus direitos políticos”.
“Embora os Estados tenham o dever de investigar e processar atos de corrupção e manter a população informada, especialmente quando um ex-chefe de Estado está em causa, tais ações devem ser conduzidas de forma justa e respeitar as garantias do devido processo”, disse Christopher Arif Bulkan, membro do comitê.
Lula apresentou uma queixa ao comitê em 2016 sobre como ele foi levado a julgamento na maior investigação de corrupção do Brasil. Apelidada de “Operação Lava Jato”, ela expôs um esquema massivo envolvendo políticos, empresários e a petroleira estatal Petrobras.
A decisão do painel de 18 membros da ONU não é vinculativa, mas foi acompanhada de perto. A comissão concluiu que o juiz principal da investigação, Sergio Moro, demonstrou parcialidade na condução do caso contra Lula, presidente do Brasil de 2003 a 2010.
“Durante a investigação, o ex-juiz Moro aprovou um pedido do Ministério Público para grampear os telefones de Lula, de sua família e de seu advogado. Ele então divulgou o conteúdo das escutas para a mídia antes de formalmente instituir acusações”, disse o painel.
“Ele também emitiu um mandado de prisão para deter Lula para interrogatório. O mandado vazou para a mídia e, consequentemente, fotos de Lula foram tiradas pela mídia como se ele estivesse preso.”
Moro condenou Lula, que negou as acusações contra ele, a nove anos em 2017 por supostamente aceitar propina. Um tribunal de apelação aumentou a pena para 12 anos em 2018, afastando Lula das eleições presidenciais daquele ano, vencidas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Por fim, a comissão disse que “a conduta e outros atos públicos do ex-juiz Moro violaram o direito de Lula ser julgado por um tribunal imparcial”, enquanto “as ações e declarações públicas do ex-juiz e dos promotores violaram seu direito à presunção da inocência”.
Também “instou o Brasil a garantir que quaisquer outros processos criminais contra Lula cumpram as garantias do devido processo e evitam violações semelhantes no futuro”. O relatório vem pouco mais de um ano depois que Lula teve sua condenação por corrupção cassada por um juiz por questões processuais, abrindo a porta para o líder de esquerda buscar a reeleição nas eleições de outubro.
Pesquisas recentes mostraram Lula com vantagem sobre Bolsonaro, que tem enfrentado críticas pela forma como seu governo lidou com a pandemia de COVID-19, entre outras questões. A equipe jurídica de Lula saudou a “decisão histórica” do comitê da ONU nesta quinta-feira. Sérgio Moro, que passou a servir como ministro da Justiça de Bolsonaro antes de renunciar em 2020, disse que não viu as conclusões completas.
No entanto, o ex-juiz, que pode estar de olho na candidatura presidencial este ano, afirmou em comunicado que Lula “foi condenado por corrupção em três processos, nas mãos de nove juízes diferentes”.
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