Nesta sexta-feira (26), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a B.1.1.529 como uma “variante de preocupação” e a batizou de “omicron”. Com isso, a variante detectada nesta semana na África do Sul passa a integrar o grupo de cepas que causaram maior impacto durante a pandemia: alfa, beta, gama e delta.
A variante omicron preocupa por conta de seu grande número de novas mutações, que chegam a 50, sendo que mais de 30 delas ocorrem na proteína “spike”, que funciona como uma “chave” usada pelo coronavírus para entrar nas células e por isso é o alvo da maioria das vacinas disponíveis contra a Covid-19.
“Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de reinfecção com esta variante, em comparação com as outras versões do coronavírus. O número de casos da B.1.1.529 aparenta estar crescendo na maioria das províncias da África do Sul”, afirma a OMS.
Ainda é cedo para afirmar que a omicron é mais transmissível ou mais letal do que as variantes que já circularam desde o começo da pandemia. Segundo a OMS, será preciso aguardar algumas semanas para entender o comportamento da nova cepa.
Países vetam voos vindos de nações africanas por conta da variante omicron
Até o momento, pelo menos 9 países e/ou territórios se adiantaram e já anunciaram restrições a voos de nações africanas por conta da B.1.1.529. Entre eles, estão Reino Unido, França, Países Baixos, Singapura, Israel e Japão.
No Brasil, a Anvisa emitiu uma nota técnica recomendando que o governo federal vete a entrada de viajantes de 6 nações africanas: Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, além da África do Sul, onde a nova variante foi detectada pela primeira vez e já tem ao menos 77 casos confirmados.
“É uma variante que possui características mais agressivas e que, obviamente, requer das autoridades sanitárias mundiais medidas imediatas. É exatamente o que fizemos há poucos minutos. Já enviamos nossas notas técnicas para os ministérios da Casa Civil, Saúde, Infraestrutura e Justiça no sentido que voos vindos desses países, são países localizados no sul do continente africano, sejam temporariamente bloqueados, não venham para o Brasil”, explicou o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, à GloboNews.