Nesta terça-feira (28), o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a variante Ômicron do coronavírus deve provocar um grande número de hospitalizações por conta de seu grande poder de contaminação.
“Um rápido aumento da Ômicron, como o que observamos em vários países — embora combinado com uma doença ligeiramente menos grave —, provocará um grande número de hospitalizações, especialmente entre os não vacinados“, afirmou Catherine Smallwood, uma das autoridades da OMS Europa.
Ainda não é possível saber se a onda de casos gerada pela variante Ômicron terá consequências mais graves do que aquela observada com a variante Delta em 2021.
“É muito cedo para dizer se a onda da Ômicron será mais ou menos grave do que a da delta”, disse Smallwood, “embora os dados preliminares nas populações mais afetadas da Europa (Inglaterra, Escócia, Dinamarca) mostrem que a Ômicron pode dar lugar a um menor risco de hospitalização em comparação com a Delta“.
A especialista ressaltou que os dados preliminares devem ser lidos “com cautela”, pois a maioria dos casos registrados até o momento é de “populações jovens e saudáveis em países com altas taxas de vacinação”.
“Ainda não vimos o impacto que a Ômicron terá nos grupos mais vulneráveis, como os idosos que ainda não receberam a vacinação completa”, insistiu Smallwood.
Poder de contágio da Ômicron pode compensar menor gravidade
Embora estudos na África do Sul, na Inglaterra e na Escócia apontem que a Ômicron parece causar menos hospitalizações do que a variante Delta, especialistas destacam que o fato de a nova cepa ser mais transmissível pode anular a vantagem de ela ser aparentemente menos perigosa.
Ainda não foi possível concluir se a menor gravidade da onda de casos da Ômicron está relacionada com características da própria variante ou tem a ver com o fato de afetar populações parcialmente imunizadas contra a Covid-19.
Segundo dados divulgados na segunda-feira (27), a Europa é o epicentro mundial de novos casos de Covid-19, com 2.901.073 novas infecções nos últimos 7 dias, o que corresponde a 55% do total mundial. O continente também apresenta o maior número de mortes pela doença, 24.287 em uma semana (53% do total).