Esquecer o antigo cartão verde de papel pode ter sido um pesadelo para muitos brasileiros. Agora, a boa notícia é que o novo cartão SUS passa a usar o CPF como único identificador, garantindo que seu histórico médico seja encontrado em qualquer unidade de saúde do país sem burocracia. A mudança é parte da estratégia de transformação digital do Ministério da Saúde, que inclui versão online no aplicativo Meu SUS Digital, eliminação de registros duplicados e capacitação de profissionais. A seguir, descubra por que o documento está mudando, quais benefícios você ganha e como garantir o seu sem complicações.
Por que o Cartão SUS está mudando?
O Ministério da Saúde iniciou, em julho de 2025, a modernização do registro de usuários do Sistema Único de Saúde. Ao adotar o CPF, a pasta pretende unificar dados, reduzir fraudes e elevar a confiabilidade do prontuário eletrônico. Somente na “limpeza” inicial do CadSUS foram desativados mais de 54 milhões de cadastros inconsistentes, número que evidencia a dimensão do problema.
Além disso, 41 sistemas nacionais de informação em saúde precisam dialogar entre si. Ao substituir o número antigo pelo CPF como chave principal, o governo cria uma linguagem comum para consultas, exames, internações e vacinação. A meta é alcançar 229 milhões de registros ativos e vinculados ao CPF até abril de 2026, colocando o país mais perto de um prontuário eletrônico integrado.
“Usar o CPF como identificador único representa segurança para o cidadão e eficiência para a rede pública”, disse em nota a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad.
Como funciona o novo cartão SUS com CPF
No formato físico, o novo cartão SUS exibe o nome completo do usuário, o número do CPF em destaque e, em segundo plano, o antigo Cadastro Nacional de Saúde (CNS). Na prática, os profissionais passam a digitar apenas o CPF para abrir o seu prontuário, enquanto o CNS permanece ativo como referência secundária durante a transição.
A partir de outubro de 2025, a versão digital estará liberada no aplicativo Meu SUS Digital. Depois de fazer login com CPF e senha Gov.br, o usuário poderá:
- Visualizar o cartão na tela do celular, mesmo sem internet, graças ao QR Code offline;
- Conferir resultados de exames, histórico de vacinas e consultas marcadas;
- Atualizar dados cadastrais e autorizar o compartilhamento de informações com médicos de confiança.
Pacientes sem CPF — indígenas, ribeirinhos, estrangeiros em trânsito ou pessoas em situação de rua — continuam cobertos pelo SUS. Nestes casos, o profissional faz um cadastro provisório, anexando justificativa. O atendimento nunca é negado e o registro definitivo pode ser regularizado depois, quando houver possibilidade de obtenção do documento.
Vantagens para pacientes e profissionais
Para o usuário final, o novo cartão SUS reduz filas e evita a perda de exames, pois todo dado inserido fica associado ao CPF. Se a pessoa mudar de cidade, não precisará refazer cadastro nem levar papelada: o médico acessará o mesmo histórico em segundos, o que acelera diagnósticos e aumenta a segurança clínica.
Já para a equipe de saúde, os benefícios incluem:
- Agilidade na triagem: o CPF é digitado uma única vez;
- Menor risco de registros duplicados ou erros de homônimos;
- Integração automática com sistemas de laboratório, farmácia e regulação;
- Geração de relatórios mais precisos para planejamento público.
A gestão também ganha. Com base de dados higienizada, estados e municípios terão informações confiáveis sobre número de usuários ativos, incidência de doenças e uso de medicamentos, orientando políticas de prevenção.
Cronograma de implantação e ajuste dos sistemas
O processo de migração é gradual e envolve adaptação tecnológica, capacitação de servidores e comunicação com a população. Veja as principais etapas já definidas pelo Ministério da Saúde:
- Julho de 2025: início da inativação dos 54 milhões de cadastros inconsistentes;
- Outubro de 2025: liberação da versão digital no Meu SUS Digital e início de workshops nacionais para profissionais;
- Abril de 2026: meta de 229 milhões de registros vinculados ao CPF;
- Dezembro de 2026: integração total dos 41 sistemas nacionais e das plataformas estaduais e municipais.
Cada secretaria de saúde receberá manuais, vídeo-aulas e suporte técnico para treinar equipes. A ideia é que, até o fim de 2026, todo atendimento no SUS utilize o CPF como chave primária, independentemente da região.
Passo a passo para emitir o seu cartão
Emitir o novo cartão SUS é simples e gratuito. Você tem duas opções:
- Presencial: procure uma Unidade Básica de Saúde ou hospital credenciado com documento oficial com foto e CPF. O atendimento gera o cartão na hora;
- Digital: baixe o aplicativo Meu SUS Digital (Android ou iOS), faça login com sua conta Gov.br e acesse a aba “Meu Cartão” para visualizar, baixar ou compartilhar o arquivo PDF.
Se já possui cadastro antigo, não é necessário refazer nada. O sistema migra seu histórico automaticamente. Quem preferir pode continuar usando o cartão atual até que o novo seja impresso, pois o número antigo permanece válido como identificador secundário.
Em caso de dúvidas adicionais, o Portal Conecte SUS e as secretarias municipais oferecem canais de atendimento online e telefônico.
Com essas medidas, o novo cartão SUS promete transformar a experiência de milhões de brasileiros, tornando o cuidado em saúde mais rápido, seguro e inteligente. Aproveite as facilidades, atualize seu cadastro e mantenha seu CPF sempre à mão para garantir atendimento sem barreiras em qualquer ponto do país.